Beijos de quem nunca amou

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011


Como já fomos nós dois, tão iguais,
E como hoje em dia tornamos tão diferentes.
Que a vida da gente se transformou,
E até nossos beijos parecem beijos de quem nunca amou.

(Nossas Vidas, Dalva de Oliveira)


Nós os seguidores do romantismo, somos a alcatéia que mesmo quando não há lua ficamos uivando pra ela, e quando não há outros lobos, além de nós mesmos, somos a própria lua brilhando sobre tudo. Nessas incertezas do caminho talvez essa noite eu encontre alguma paz quando sentado na sacada olhar pro mundo lá fora e imaginar que você está lá em algum lugar, entre os grãos de areia fininhos que flutuam perdidos no mundo.

A saudade de quem espera tem gosto de eternidade, nas asas dos meus sonhos aquele nosso velho amor nunca se apaga, agora já virou antiga paixão, um mar que é feito de silencio está entre nossos continentes, e as ondas mudas ainda se chocam contra o meu cais.Essa mágoa não pode ficar eternamente aí, não se esqueça que há sempre aquela nossa ilha, lá no meio do oceano, esperando por nós, sem dor, “eu quero um amor sem dor”, apaixonados pela lua, tão cheia de mistérios, como se fosse a primeira vez, como se os nossos beijos fossem beijos de quem ainda não tinha amado.

Vê se volta, mesmo que em pensamentos, escreve de novo pra mim, sem medo, aquelas mesmas palavras que me fizeram um dia chorar, faz chover de novo em mim, faz de novo festa no meu coração, porque homem nenhum consegue se esquecer ou resistir a um chamado feito por alguém sorrindo:

Vem, se entrega de novo pra mim...

André Aquino

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