... A semana deveria ter dois domingos. Um para a gente se divertir muito e outro para a gente descansar... Numa manhã ensolarada de domingo me pediu a menina de cachinhos dourados, para fazer um cachecol Dentre as várias cores de lã, a cor rosa. Dois novelos macios e quentinhos. Aprendi a mexer com tais agulhas ainda criança. Desde então, minhas mãos me pedem em determinados momentos, que eu pegue nas agulhas...O mimo ficou logo pronto. A coisa boa foi ver os olhinhos da cachinho brilhando. Penso que o que encanta é o que acolhe e que aconchega,que enfeita e charmoseia. No exato momento em que penso sobre fios, abro em um site que cuida de teatro narrativo. A primeira foto do site: duas mulheres segurando delicadamente um... fio. Será o fio da vida? Transformar fios em beleza é coisa que remete ao feminino. Num passado muito remoto, o que faziam as mulheres enquanto teciam os fios, cantavam, narravam, davam vida ao imaginário, expressavam seus desejos, sentimentos, lamentavam, riam,.e,com alegria de passar adiante conhecimentos... Contam que o espaço de tecer era um espaço para encontro e bem dizeres e quereres. Quando mexemos em fios, quando transformamos os fios em tecidos, numa peça de crochê ou de tricô, simbolicamente estamos, na verdade, querendo tecer a nossa vida.
(Berenice de Fátima)
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