Concordo com a Josie Conti quando diz [...] Meu choro é calado, mora apertado no peito e tem momentos que o sinto revirando-se desajeitado, procurando um lugar mais confortável para ficar.. Porém não escorre... É choro acrobata, conhece a complexidade da vida, contorce-se, mas não fica onde deveria estar e não encontra o caminho do rio onde as lágrimas vão de encontro ao sol. Somos amigos antigos e ele se lembra de cada dia em que a vida o fez pulsar e aumentar seu volume. Ele é sensível, é poeta que rima dentro de mim. Às vezes luto para que ele se vá, encontre as portas do olhar que lhe darão a liberdade, mas meu choro é confuso, teme o abismo da liberdade que a expressão do sentimento proporciona.
Ah, choro carente, não percebe que sua gota é semente, que seu sal é força e que sua queda pode ser voo? Mas hei de me programar e guia de um choro perdido serei. E chorarei. Por três dias e três noites em tempestade e calmaria. Até que a pressão termine, até que o coração se acalme, até que a vida se lembre que ser sensível para fora também é uma opção.
" Um dia desses, ainda viro mar.
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