Caio Fernando de Abreu

quarta-feira, 30 de março de 2011



[...]e vimos uma margarida
e nem sequer era primavera
e disseste que margarida era amarelo e branco
e eu disse que branco era paz
e disseste que amarelo era desespero
e dissemos quase juntos
que margarida era então desespero
cercado de paz por todos os lados



Persistir...

quinta-feira, 17 de março de 2011

Jogo a minha rede no mar da vida e às vezes, quando a recolho, descubro que ela retorna vazia. Não há como não me entristecer e não há como desistir. Deixo a lágrima correr, vinda das ondas que me renovam, por dentro, em silêncio: dor que não verte, envenena. O coração marejado, arrumo, como posso, os meus sentimentos. Passo a limpo os meus sonhos. Ajeito, da melhor forma que sei, a força que me move. Guardo a minha rede e deixo o dia dormir.

Com toda a tristeza pelas redes que voltam vazias, sou corajosa o bastante para não me acostumar com essa ideia. Se gente não fosse feita pra ser feliz, Deus não teria caprichado tanto nos detalhes. Perseverança não é somente acreditar na própria rede. Perseverança é não deixar de crer na capacidade de renovação das águas.

Hoje, o dia pode não ter sido bom, mas amanhã será outro mar. E eu estarei lá na beira da praia de novo
(Ana Jacomo)


Despedida

Confessei com meu coração
meu silêncio
cada gesto

Te dei meu coração
minha alma
vida e minha paixão

Pincelei um céu bem azul
pontos de luz
como flores brilhantes
Um jardim florido de estrelas

Sem você naufrago em lágrimas
balançando com o vento
choro com dor

Do alto vejo as montanhas azuis,
as nuvens que se parecem com ondas,
os pássaros voando alto,
e a chuva molhando a estrada
as portas de um verão

Choro com dor
de novamente adeus


A chuva



A chuva está caindo...
Lá fora...
o dia está frio, bucólico, lento e triste
Há lamúria das águas
Um som como de um mantra que aos poucos me hipnotiza.
Começou forte a chover
Eu me perdi de vista...
Me perdi de mim
junto com a chuva
ladeira abaixo

feito de silêncio‏

Meus olhos focam o céu... pelas linhas do infinito
a equilibrar-me o tempo todo no rastro da lua
Ao toque bem fininho de um grão de areia levado pelo vento
quebra o instante feito de silencio
Então uma musica ecoa...
o vento começa forte a soprar...
invento asas pra voar...
e pra te amar




Não aprendeu a me amar

quarta-feira, 16 de março de 2011



Um dia você se apaixonou...
Descobri porque você se foi
Não aprendeu a me amar
Desse caos uma flor de lótus brotou
Reinventei a minha sobrevivência

A dor nem sempre é sofrimento, ela pode ser crescimento, acredite.

Sou um lótus nascido no lodaçal, quando olharem para mim, por favor, procurem ver a beleza da flor, e não o lodaçal”.