NA PRAIA

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008



Caminhando na praia
com os pés na areia
vamos filtrar
vamos flutuar
lado a lado
de mãos dadas
Algo sútil no ar...
diferente perfume
magia surpreendente
Não há como negar
Com os olhos da alma
ao redor olhar
Começamos a sorrir
alimentando sonhos

VOCÊ NÃO SABE...

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008


Minha rima não vai trazer menos dor
Não fique a observar
não é falsidade
é honestiade
Não evolua para brigas...
O que aconteceu...?
Diga você

ACREDITA-ME


Minha alma desliza em dores
cristalizando em mágoas cada lágrima

que vazia desce ao encontro do oco coração
Momentos finitos de amargura
vertendo desconsolado a cada batida
no meu peito a gemer
Neste minúsculo deserto
não se inspira luz e nem emoção
sofre pesado
pó as lembranças
das alegrias dos meus dias
tempos esquecidas
Ao chão ecoam meus sentidos
tão desgarrados que
a passagem do tempo embaça

SEM TÍTULO



Mesclas de sensações e pensamentos
borram as páginas inteiras de linhas
Uma estrela perdida no espaço da noite
com beijo doce adentra
de lábios macios e mansos
de meigos afagos
misterios profundos
Sobra uma saudade
que me faz suspirar

CONTRASTE


De contraste minha vida é feita
sentimento e profuna tristeza
quem mais amo
não me ama
nem jamais por mim suspira
crio felicidade que desmorona sozinha
não encontro o meu mar sereno
para junto dele navegar
não há calmaria no porto
para os meus sonhos aportar
não há espera em nenhum lugar
nem vida em composição
águas paradas absorvem meus pensamentos
é o passado da vida que foi

CANTIGA



Das flores do céu a sonhar nas estrelas
afagam o meu rosto
de mansinho com ternura
num coro de astros
a vida torna-se balada
Os anjos, visitas...
energias que movem caminho
Uma estrada de paz
As noites são fluídas de calor
de alegria, para eu sorrir
Minha alma passeia calma e leve
Há música a escutar a estrela do dia
cresce a beleza em que passo o olhar

AMAR



Fiz desilusão
sem saber como se ama
olhando a volta
nada de si ficou
nenhum alento surgiu
abriu-se a terra
arrebentar vulcões
cega aqueço meus passos
uma névoa apareceu e ficou
na tristeza fiquei
nesta caída
faz ventos
as nuvens correm
imóvel
embaciei os olhos nas nuvens
e toquei nas estrelas
Donde tu a sorrir
levantei-me e longamente me abraçastes
aquecida nos teus braços
soube o que era amar
em gestos de quem sonha

CÉU


O céu fareja a lua
uma escuridão se faz subir
Há névoa nos picos das montanhas
espelho do céu se faz a terra
A brisa dá sua frescura
um torpor rodeia de leve
minha alma no céu asas a bater
a reluzir branca na escuridão
assaltam as estrelas simples e puras
Dobra o céu a olhar a lua
a mergulhar no horizonte
Melodia em perfume intenso
rompe as narinas da alma
A saudade dissolve e vai-se...

SONHOS DE AMOR AO VENTO



Sou apenas uma sonhadora
De pensamentos soltos, expostos ao vento...
como os lírios que a primavera
com tanto amor faz nascer.
Trago no peito o doce perfume dos lírios e
com esse aroma cubro a minha vida
Com esse mesmo vento perpasso caminhos
dentre as sonatas da lua
Macio o céu floral
suavidade, meiga claridade
nessa essência transcendo meu sentimento
Esfera cristalina
adoço-me nesse sonho derradeiro
O vento embaraça meus cabelos
sopra mais forte...
o brilho nos meus olhos é nítido
Sorvo o ar
Estremece minha alma
nesse mistério noturno do vento
Extasia meus beijos em seivas de amor
em cada orvalho nas pequenas lágrimas
e com o vento sublimam-me as palavras
que até a pouco nem o teu nome sabiam
e tão bem sabem agora como te chamar

MEUS SONHOS....

Photobucket


Meus sonhos mais lindos são com você
Um sopro vital em minha vida
Sempre uma impressão digital no coração
Mesmo que de dia nem deles com clareza lembre...
Sinto saudades das estrelas...
e muitas vezes nem compreendo bem o porquê
Talvez porque você sustenta sua imagem nas estrelas no infinito
E faz a vida acontecer...
Mais do que sei...
Sua luz está no meu coração
Porque no grande mistério da vida escuto uma música secreta e junto tem seu nome.
Você está em cada pensamento, em cada sentimento...
O que sinto...
É além do horizonte dos sentidos
Desde que escutei aquela canção, tudo mudou...
A luz entrou em meu coração e transbordou por meus olhos
Meu coração costuma viajar para além...
Em águas serenas...
céu etéreo
Navega...
E o vento leva pelos mares das muitas vidas...
Há sonhos que não são sonhos...

Mário Quintana

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008


"As reticências ...
são os três primeiros passos do pensamento
que continua por conta própria o seu caminho."

MELODIA DO SILÊNCIO



No firmamento paz, harmonia
O sol brilhando, reluz...
O mundo, imensidão a girar
Na terra tudo é música
A alma semeia exaltando o amor
o coração oculta o plasmar do fogo vivo
não quebra a corrente da melodia
Admira cada estrela que brilha entre constelações
o espirito sopra em silêncio pelos ventos que nada cantam
o amor inspira e todos em silêncio se guardam
transcedendo sentimentos banhados na luz em que se abraçam
um olhar ...
crescimento em consciência
transformações profundas e singelas
pacifica as emoções paulatinamente
O coração em prece, medita

CÉU DO CORAÇÃO



Em cada momento
Vejo tua marca
Misturado nas lembranças de alegrias
E nas outrora tristes esquecidas
No chão, não mais passos...
No céu, não mais ecoam ao som de estrelas em estrelas.
Estou pronta para ti
Inspirada nos sonhos a iluminar meu coração

FLOR

No dia que minha flor desabrochou
Eu vagava
Não percebi
Meus pensamentos estavam vazios...
Uma enorme tristeza me assolava
Sentia o seu doce rastro
Seu perfume preso ao léu
Tudo fazia meu coração doer de saudade
Um sopro ardente me contemplava
A flor permanecia do meu lado
Perfeita, terna
Desabrochando dentro do meu coração
No fundo do meu coração
Por isso não a vi
Por isso vaga permanecia

QUANDO O FRIO ADENTRA


A tristeza empurra a alma
A dor impulsiona lágrimas
O desânimo aproxima do meu ser
não há serenidade
O desespero busca minha presença
Há medo no coração aflito
Não existe calma na busca das palavras
Alma em conflito
Neste turbilhão confidencia-se mágoa, fantasias
Os versos não mais se aquecem em melodias
Chega com carências, indecisões
São passos vacilantes...
Paralisando a mente
num frasco vazio

TEMPO



Sei que o tempo é benéfico para todos os sentir...
Desapego abandona os rótulos
Chance para outras sinfonias...
Revelando cores na vida
Tempo
Espaço de estímulos e respostas...
Tempo
Consciência silenciosa
Calma, pequena voz interior.

ESPERANÇA


Me apego ao último fio de esperança
Ainda que meus sentimentos sintam nada a valer
O brilho do sol, das estrelas
Fazem perceber a linda melodia que é você
Minha esperança é o verso das canções
É o perfume de cada estrofe a me embalar
Doce esperança deste amor
Que um dia te vi e que senti

DESENCONTRO


Quantas vezes acreditei
estar á um passo do amor
da felicidade
de ver um sonho se realizar...
mas tudo deu errado
Quantas vezes julguei
estar diante do amor
da pessoa especial
que me faria feliz por toda a eternidade,
mas tudo deu errado
Tudo deu em nada
Sonhos derrubados
aniquilando esperanças
restando apenas lágrimas...
Parece castigo...
alma enfraquecida
triste lamentação
deságuam no mar dos olhos
se agitam no ar das desilusões

ONDE




Onde você for...
Meu pensamento irá com você
iluminando seu coração
enxugando no seu rosto cada lágrima
Onde você for...
Descobrirei um jeito de acalentar os dias sombrios
a atravessar caminhos de tempestades
Onde você for...
Minha vida e meu amor
em seu coração
em sua mente
sempre no silêncio repousarão

LÁGRIMAS



Nas noites inquietas
através da saudade tanto te busco
Uma sensação de urgência a te amar
em sonhos a te clamar...
As lágrimas chegam aos olhos
vertem...
rolam pela face
A alma precisa de alívio
não ameniza o frio
Atinge a solidão
não imuniza o coração
Os olhos se fecham
enxergam através das lágrimas
Cansaço
Dor

NÃO SOFRER



Não planejo ilusões
quero ser feliz
trazer novamente os sonhos ao meu lado
Meu futuro não é vago
Não há medo
Nem temor de seguir a trilha da vida
Eu sei aonde vou
Meus sonhos não são irreais
Há tanta clareza
Não há utópica aparência
Não há como se perder novamente em meio à fantasias
Tracei o caminho
Tracei a estratégia para chegar lá

AMOR PERDIDO

Fiquei triste
Num momento você envolvia-me
no outro já não mais seu calor
Para onde foi nossa afeição...
Sentia-me tão segura
Tão certa de sua eternidade
Para onde foi...
Meu peito subitamente esvaziou-se
um aperto em tanto espaço
sem identificar nossos instantes
Tudo se perdeu...
desaparecido com tamanha facilidade
Fiquei triste
Nossas cartas
misturadas de cuidados e carinhos
soam agora insensatez
num cafona som de polidez
Estranho momento
revela-se angústia
Cantos vazios
cercado pela sua ausência
Procuro o que procurar
experimento o desânimo
das doces emoções abandonadas
Adoraria que você fosse capaz
de um ato de desmedida coragem
de ficar enfim comigo
jus das palavras...
Jus ao amor que jurou sentir...
Acreditar que o amor não se esvaiu
apenas adormeceu...
em forma de canção

ANJO DE CORAÇÃO PARTIDO



Em um dia ensolarado
somente uma nuvem
a bailar no céu anil
sinal de um anjo de coração partido
passeando pelo vasto horizonte azul
Uma sombra envolve o nosso olhar
caco por caco
olhos iguais aos meus
Sustentamos e amparamos
nossa esperança
Desconsiderando o movimento do universo
vibramos em fina sintonia
Mesma dor
decidimos ouvir
intensas e sonoras
linguagem da fé
Algum amor iniciou em nós
mudou em flores ao nosso redor
Subimos onde o mar e o céu
confundem com o sem fim
Da chama de amar
não haverá de se apagar
Das luzes do universo
pressenti a dor cair
num grande profundo sono
Modificaram rotas
Desalinharam o vento
Gigante ciclo de transformação
Andarilha pelo caminho da evolução
Ajudou-me a definir minha libertação
em meio a todas indisposições
e contradições do existir...
Registrando nesse pequeno verso
em forma de balão, canção ou flor

VAZIO

Sinto-me perdida...
Minha vida vai além de sobreviver
num curso de rio normal
desvendando aos poucos
o quebra cabeça que é a vida
Pego-me numa saudade...
algo complicado de se explicar
Saudade de alguma parte desta imensidão
que de repente diluísse
nesta célula pulsante
Um clamor vibra no peito
a procura emoções em sonhos

O SINO POÉTICO

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008


Noites de estrelas e de luar
bailam pelo ar de sons...
Notas longas de breve alegria
e de abraços a sorrir...
Rastros de luz caminham...
conduzem calor do amor
aos cansados, aos sem esperanças e aos fortes
Flor de esperança nasce nesse jardim de enlevo
Ilumina as noites e dando cor
Noturna marcha de sons...
ecoa no silêncio sem rumo
além dos mares, além do céus
como mágico tambor
Aos poucos distingo a sinfonia
é badalo de sino
A paixão nasce no peito feita canção...
Uma canção que ninguém ouve
somente eu e o meu coração.

SONHO



O peito palpita
Não há espaço doloso
A esperança perdura
São flores, chama, amor
Eu procuro, brado...
Ainda há tempo.

A ESTRELA



Perdida no mar imenso
Procuro uma estrela
Com ideais de outrora
A noite visita num cantar solene
O amor acolhe dores
Antes da ultima estrela se parta
Serenas perfumadas rosas exalam
Canções de alento.

MAR




Meu amor como o imenso mar
Grande como marolas de carícia
Grande como ondas dos meus beijos
Meu corpo e coração são autênticos
Fluem de sentimentos puros como águas
num riacho pequenino,inesgotável de carinho
repousa iluminando em cada fio dourado de seus cabelos.

CHUVA



Há horas intermináveis corre a chuva
nas vidraças geladas de meu coração
como lamentação divina a verter,
não sei se é tristeza minha ou
queixume da natureza
a embriagar essa pálida tarde
Contudo, um grito que ainda não fala, se debate.
Minha alma em silêncio profundo... esquecida
Seu risonho trilar calou-se.
Meu doce peito enfermo implora,
agonizando sobrepõem dia a dia...
Das farsas, dos levianos, só quer calar.
Pescar os momentos
e cicatrizar os tormentos...

PALAVRAS


Ao tempo...
Do prazer ficou
Do deleito ao abalo do corpo
Ousaste em meu ouvido das delicias dizer...
Palavras que enroscaram e
de doçura cobriram minha pele
Sem escala de ímpeto
ultrapassou toques do meu coração
Clímax de letras sussurradas
jamais sentidas com tanta exatidão

AMIGA

Ao brincar com o destino
Cruzei com você.
Simples fato de virtualmente te conhecer
Com as letras e rimas
Já não trilho... sozinha
Você é um abrigo de céu aberto
Hoje perto de mim
Infelizmente a vista não a alcança
Mas não te ocultas do meu coração
Em cada linha dos meus versos
Tuas mãos abraçam.
Sentimentos despertam
atravessam caminhos... sem esforço
Através dos gestos em forma das palavras...
Enche de emoção o coração
Ilumina a alma
solidificando e não mais se apagando no tempo.
Amiga, doce criatura,
sempre em busca da troca maior
do dom que a todos nos foi dado...
Amizade.

Mário Quintana

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

(1906 - 1944)

Mario Miranda Quintana ganhou o título de “O poeta das coisas simples”. Seus versos poderiam, sim, ser simples, mas o poder por trás de cada um era imenso!

obras

A Rua dos Cataventos (1940)Canções (1945)Sapato Florido (1947), poemas em prosa.Espelho Mágico (1948)O Aprendiz de Feiticeiro (1950).Poesias (1962) antologia completa.Pé de Pilão (1968)Apontamentos de História Sobrenatural (1976)Nova Antologia Poética (1982)Batalhão das Letras (1984)



"Se alguém te perguntar...
o que quiseste dizer com um poema,
Pergunta-lhe...
O que Deus quis dizer com este mundo"...

POEMA OFERTADO

Ao som da marola escura entre as estrelas
Num rastro de luar
Guia-me a lembrança de um singelo poema
Além do horizonte sem fim
Embala também minha lágrima...
Inquieta murmurar
E a noite repousa nesse tilintar...
Guia-me uma pequena estrela
Com imenso brilho no céu escuro
Desenha bem mansa a silhueta do nome de um doce poeta
Navegação de almas em águas de ternas poesias
Que o vento repete-as ao mar
Imagens pairam no coração
Desta triste vida minha
Mas tu vieste sereno
Levar a tristeza de minha alma
Ah! Silhueta...
No céu, anjos tímidos sorriam... desde o principio
Recebi seu poema em flor
Das maiores alegrias... um afago
Transbordantes palavras...
Intensos cantos...
Acalma desconsolada não mais a alma
Despindo-a de seus tormentos
Azul do mar espelha as pancadas do meu coração
A perder de vista

ADEUS

A noite pede ao mar
Livre-a dos caminhos da tormenta
Teima grandioso passar ao lado seu
Noite cansada... sem estrelas
Acaba cedendo... possuída
Seu laço em um adeus
Sem flores... sem estrelas...sem luar...
Termina num velho sussurro canto
Vaga melodia a beira do mar
Triste canção
Longe dos braços do mar
Sem rumo... parte
Cansou-se por certo
Adeus

AO POETA

Ao som da marola escura entre as estrelas
Num rastro de luar
Guia-me a lembrança de um singelo poema
Além do horizonte sem fim
Embala também minha lágrima... Inquieta murmurar
E a noite repousa nesse tilintar...
Guia-me uma pequena estrela
Com imenso brilho no céu escuro
Desenha bem mansa a silhueta do nome de um doce poeta
Navegação de almas em águas de ternas poesias
Que o vento repete-as ao mar
Imagens pairam no coração
Desta triste vida minha
Mas tu vieste sereno
Levar a tristeza de minha alma
Ah! Silhueta...
No céu, anjos tímidos sorriam... desde o principio
Recebi seu poema em flor
Das maiores alegrias... um afago
Transbordantes palavras...
Intensos cantos...
Acalma desconsolada não mais a alma
Despindo-a de seus tormentos
Azul do mar espelha as pancadas do meu coração
A perder de vista.

CHUVA DOS OLHOS


Chove...
Na fonte dos olhos, chove.
Na face das lágrimas calada.
Olhos cansados.
Chove pequenas gotas nascidas do coração.
Chove nesses mares, mares de olhos amados.
As chuvas dos olhos desalinham...
Regam paisagens íntimas...
Cada pingo, um momento.
Silêncio invisivel..
Fecho os olhos já muito chorado
como se pudesse olhar num fundo dos próprios olhos...
Imensidão do mar numa gota
Pranto em chuva de lágrimas
No olhar, o brilho opaco de miríades de estrelas.
Lamento dos olhos embuçado nos céus.
Meus olhos, deixaram de sonhar...

TERNURA


Uma canção... que se toca nas noites frias,
nos dias ensolarados.
Uma doce canção que acalenta as horas sombrías,
perfuma as de sorrisos.
Sossego, unção.
Não persegue palavras ao léu...
nem a fascinação das promessas.
É uma canção que como os poemas não envelhece,
em cada letra, melodia grande ternura.
Há na sua amizade, sempre um olhar para o amanhã.

TRAÇADOS



Minha vida, traços que não posso apagar...
Rabiscos que não deveria ter traçado.
Assustada...
eu esperei por você.
Deixou-me sózinha.
Perdida nos traçados...
perdida por invertê-los.
Traços, parte de mim.
Solidão...
pesa,delira.
Traçados que une e separa.
A cada traço uma saudade,
riscos que até dói.
São esses traços que tenho agora.

TRISTEZA



Por onde passeia minha saudade...
um caminho, que eu conhecia de cor
do nascer ao por do sol,
uma direção.
Por onde o amor tem andado...
me sinto tão sozinha.
para onde vou...
não sei.
Talvez a tristeza saiba.
Eu só na estrada,
noite fria e chuvosa,
apenas uma tristeza...
olhando lá fora.

LÁGRIMAS 2


As lágrimas parecem não ter fim...
algo se perdeu...
algo se escondeu...
não encontro abrigo.
Inclino a cabeça,
meu rosto pálido e sem cor,
as pálpebras se abaixam...
numa ausência suave,
uma lembrança...
Ouso querer reviver e rever.
É só solidão, igual a dor.
Impresso na alma,
saudades...
cultivada nas madrugadas.

FELICIDADE



Voa-se...
o vento suavemente embala pelo ar
voa-se leve... sútil
sem que o vento pare
o coração se enche de amor
desce algo do céu e entra na alma
que se abre em lótus desta luz
irradio o céu inspirada
no silêncio sinto serenidade
conservando-me numa atmosfera de paz
sorrio sem ter motivos
canto pra disfarçar
a felicidade que no momento existe em mim
O sol sempre presente
A brisa transformar-se em desejo
A chuva em ritimada melodia
já não convivo com dúvidas
apesar de às vezes
me perder nas incertezas...
mas Nada mais é importante
A vida aponta alegria
descubro existir um poder maravilhoso
lágrimas em flores
quantos pores do sol
perfume em saudades
recordações no coração
daquele que um dia
Tanto amei.

PERFIL




No infinito do tempo
além do espaço
uma irradiação modela
expande, pulsa e vibra
surgindo manifestações vitais
vivifica tornando
gênese essencial,
Vida
Alegria despedaça a dor
arrebata, liberta
despedaça o invólucro rude
que o carvalho da dor esplenda.
Um contentamento explode
lágrima escorre da ânfora do coração
amor em júbilo ou sofrimento
mas sempre amor
Na sombra que se forma densa
reina ameaça
que se desfaz drenada
alterada se faz claridade.
Criatura humana se plenifica.


SONHAR



Sonhe mesclado de alegria
Sonhe com a primavera, com uma flor
Sonhe com a paz, com a esperança
Sonhe como uma criança
Sonhe comigo...
Sonhe com o amor.
Mas não se esqueça,
sonhar com nostalgia.

SUSSURROS


Noite espalhada pelas estrelas
De mãos e olhos ao som de uma vaga canção
Cantando de forma triste algo que parece alegre
Produzindo leve sussurro ao pé da alma
Trás arrepio, frio, saudosas entregas...
Transformando sussurros em sorrateiros gemidos...

Mário Quintana



Se eu tivesse as sedas bordadas do céu.
Com bainhas de luz de ouro e de prata.
As sedas azuis e sombrias e escuras.
Da noite e da luz e da meia-luz.
Deitava-as todas aos teus pés.
Mas eu sou pobre e só tenho os meus sonhos.
Deitei-os todos aos teus pés
Pisa com cuidado,
É nos meus sonhos que estás a pisar.

NAVEGANDO EM TEUS POEMAS

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

RO
SA
NAvego em teus poemas
Mesmo quando encontro algo de amargo,
RO
SA
NA
DO CErteiro no DOCE mar de tua alma!

RO
SA
NÃó há DOCE mais DOCE
Que esse néctar que há
NA

RO
SA que imagino
NA flor do teu olhar!
A olhar o céu!
Sonhando!
Brotando ROSAS
dos teus olhos
A perfurmar o universo!


ROSA NA

DOCE magia de sonhar!

(Deo Santana)

SONHOS


No fundo dos seus olhos
o brilho da chama fascina
Fala do seu sonho
do fogo que arde e o
mantém vivo
não se apaga
não se desfaz
não desaparece no ar
Sonho que transborda
como os dos poetas
Aventura da alma
dessa vida tão árida
preenche vazios
se escapa da realidade
viagens além...
fugas além...
Sonhos
mais que sonhos
vôo

CHUVA

Desejo que como a chuva, cortina esbranquiçada...



às vezes bela, às vezes cruel, conforme a estação
Pingos que nos deixam molhados, agridem o rosto,
obrigam piscadas de olhos fora do ritmo.


E, assim, como os flashes de raios,vêm, passam, vão...
entre a minha janela como a sua.
Nessa mesma imensidão de azul,há cenários
de um verão vermelho,
um outono amarelo, um inverno opaco,
de falso cinza,
uma primavera a cores,
há uma eterna estação mediana, tênue,
uma esperança.


NOSSO AMOR


Nossa música tocou nossos corações
Bem mais forte do que imaginamos
Mais do que nunca a distância não decresceu
Aqui e lá, lá e aqui, simples limitações.
O coração é quem sente
Denso ou sutil, tanto faz.
A essência é a mesma
Nos une
Eterniza
Um grande amor tocou nossos corações

VIDA



Instante mágico, único.
Precioso tempo entre lágrimas
Se mãos juntas ou separadas
em noite de amores
Além das emoções...
como a nuvem que agora pouco
estava aqui, e já não mais...
Abro as portas para vida
o sol entra onde não posso chegar,
estrada a qual não posso voltar...
A vida percorre
em gozo, alegria e doces recordações
a ler e sentir o meu peito leve
que continua silenciosamente a navegar
nesse rio a desaguar em algum lugar

INFINITO AMOR



Amor, maior do que o tempo.
Infinito amor
Interminável e tardio
Um rio noturno
a se arriscar no oceano
a de
saguar em ermo.

ALGO...


De um recomeçar da vida,
projetos, promessas
propiciando um novo mundo
um novo começo de sonhos
num cotidiano que ecoa profano

Um mistério, magia resoa
faz do escuro ampliar uma luz
Pupilas congelam no instante
Penetro no azul profundo
por um milésimo do tempo
num olhar, remoto, antigo
reconhecido em cada piscar
do brilho avito na íris
forjada no astral de um tempo
eternas... em todas as épocas
tão distante em meu âmago


VOCÊ


... perdido em mim
não indaques as estrelas nas tuas estradas
entre tempo e o vento
É mistério somente da noite
Conserva a tendência do espírito
de um vôo a erguer sempre para o alto
Nas canções quentes envoltas na garganta
canto para eternizar
o nascente de um ontem
em que o tempo obstinado a resguardar
Não se importa com a rota
desde que não adormeça,
voe...
Enquanto resistirem as asas

SILÊNCIO...




Sentada na areia num profundo silêncio de alma
deixei meus olhos a vaguear
na imensidão azul do mar
Uma cortina de lágrimas de dor transbordaram
baixavam lentamente tentando aparar arestas, fechar feridas...
abrir portas trancadas pela escuridão
Um Silêncio querendo falar... ouvir... ver... tocar...respirar...
Um Silêncio transformando puro, cristalino o coração em uma alegria docemente
dos beijos timidos,
das nossas almas.
Sublime silêncio que verte saudade ...
da tua doce existência como de um sol que ainda brilha em minha alma
Vivi o calor do teu amor em teus braços
manto suave das ondas... vibração da tua voz
ternura que repousa viva em meus olhos

ONTEM e HOJE...



Quantas vezes “olhei”...
A procura de um passado cheio de saudades.
Por vezes me perdi no meu próprio olhar... à espera de encontrar o que ficou... Por breves instantes, mas encontro... outras vezes... nada encontro... apenas um olhar vazio.
Por vezes parece que estás presente...
Por vezes o ontem se confunde com o hoje, cada qual suas dores, suas alegrias, seus ganhos e perdas, feridos ou ilesos, são o que nos dá a impressão de existir... E a vida continua.
Felizes há aqueles que têm o doce gosto no coração, sem mágoa sem rancor, sem lágrimas, sem ilusão, apenas gratidão pelo tempo que proporcionou aos olhos, que despertou agradavelmente os sentidos... especialmente o coração.
Que nos permitiu sonhar... momentos inesquecíveis... coisas inexplicáveis... e pessoas incomparáveis...

SÓZINHA



NÃO ENCONTRO MOTIVO PARA ME SENTIR VIVA...
LIBERTAR DAS AMARRAS....
AFASTAR A DOR.
ENCONTRAR MOTIVO PARA CONTINUAR VIVA...
PARA ENXERGAR O OUTRO LADO...
DENTRO DAS NOITES
BUSCAR RESPOSTAS...
É SÓ SOLIDÃO...
NÃO HÁ RESPOSTAS...

SE EU NÃO TE AMAR MAIS...



O silêncio pela alma adentra... Cerra-me os olhos.
A chuva num tom escuro do mais profundo pesar...
Cai no mar revolto dos meus pensamentos.
A voz do meu sangue se emudece...
Como desaprender de todos os sentidos...
Furtivo brilho.
Se eu não te amar mais...
O céu de luto...
Sutil desebalanço negro do vento.
E de aroma frio... uma pálida embriagues em meu rosto congela.
Se eu não te amar mais...
Longe daqui...será tarde demais.

O PORTAL

Todo meu sentimento eternizou numa janela para o invisível, um portal que freqüentemente irradia luz aos meus olhos capaz em contato com as estrelas e para o infinito descansar a memória.

É como um sol que pulsa de dentro para fora suavizando o coração captando música, espécie de peitoral jamais permitindo o nublar pelas nuvens Embalado sim às vezes pela dor só não expandida em alta ressonância Mas sim de uma forma lenta e, então, apaziguando toda sensação de frio, afastando o medo em relação à continuidade da vida. Constantemente estou entre o céu e a terra de acordo com as circunstâncias sensível do momento. Normalmente sinto uma vibração sem ilusão e sem emoções torpes em conexão a transcender os limites dos sentidos. Um amor infinito na existência: o brilho do sol e o abrir das flores. Curvo-me à sabedoria que dá vida a natureza. Ressonância com a luz do sol e as flores na alma. Há um amor que é a causa de tudo Por sua vez, a luz do sol e as flores me mostram isso Meu coração agradeceu e também se tornou uma flor aberta e cheia de brilho. O portal às vezes fica cerrado, mas no seu interior recende a perfume.

VENTO

Sopra o vento...
Desfolhar de flores
num chorar de pesar
penumbra o céu
Solidão,tristeza imperam em meu viver
Do seu amor ao meu esquecer
Sopra o vento...
Flores enegrecidas
no meu lúgubre coração
morto sentimento por ti...
esmorecendo em lágrimas a minha alma
Sopra o vento...
escuro a tilindar
um suplício de saudade
numa paixão infinita
esboçando em meu olhar
Sopra o vento...
em flagelo indefinido
ecoando ao mundo meus gritos de dor
intangível a te tocar
Sopra o vento...
em cansadas lágrimas vertendo
nos meus olhos exauridos
rolando pela face
inundando a boca
agoniando meu sombrio reflexo
Sopra o vento...
Algoz na memória
assombrando o passado
sangrando e enterrando
o meu coração de tanto te amar...


AMIZADE



“Anda daí, vem sentar-te na lua comigo. Imagina o trabalhão que tive, mas agarrei uma estrela só para ti. Anda daí, vem sentar-te na lua. Nunca está frio cá em cima e instalaram umas escadas rolantes para não nos cansarmos na subida. A Lua forrou-se de almofadas brilhantes e distribui mantas e bebidas aos visitantes. Negociei um lugar cativo com o patrocinador oficial e assim podemos ir todas as noites, se quiseres, se puderes, se tiveres tempo e vontade, tu que andas sempre a correr contra o tempo, contra os comboios, contra quem está contra ti.Anda daí, vamos as duas um bocadinho à lua e quando voltarmos estarás mais feliz e podes ter a certeza que o tempo em que estamos com aqueles que nos querem bem é sempre um tempo ganho, como quem acumula pontos de felicidade para o futuro. Mesmo que seja na lua, ou cá em baixo, entre os homens, tanto faz o tempo e o lugar, o que conta é o modo de ser e de amar.”

(Margarida Rebelo Pinto)