sertão

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Rematando a noite....
"No começo Deus criou o céu e a terra. A terra era um vazio, sem nenhum ser vivente" e depois, todo sertanejo achava que a bíblia quase que retratava a sua gente. Nesse mundão de deus, um sertão desgramado, em um sol de lascar..."As mulheres cantam ao redor da fogueira a glória das estrelas, o
sertanejo dança um estranho xaxado pelo seco chão. Os sons, os cheiros, as imagens, “ desembestados” e “capuchos de algodão” levados pelas “mãos do vento”, ante a “sensibilidade das pedras” e o “silêncio do açude”, o jeito e a alma campesinos ... É um cabra macho e cabra da peste das palavras. E é mais: "Um matuto sem eira nem beira, Labutando com palavras, Vaquejando boiadas uma peleja sem fim.".. É pelejador. E da poesia vê-se dor, da dor faz-se poesia. Sem dúvida, sua poesia é para lermos sem pressa...
Vaqueiro e peregrino, sertanejo-poeta de vocabulário do mato agreste tange pelos desertos e solidões sua boiada de versos. Aqui, “um dilúvio tibungando”, ali um “azucrim berrando”, além “um tição queimando o peito”. Como “um matuto sem eira nem beira”, vem mansamente revelar inteiro de si e de seu mundo, os mais profundos e os mais rasos sentimentos... se respira e transpira, se entrega e se vive ...
Este cantador de horizontes abertos vem que vem, traz no lombo o peso e a leveza de seus chãos e empareda-se nos estreitos da cidade dos homens.
E consegue ser a um só tempo triste e feliz, para dizer: “Ser-tão assim... Sertão, que este meu canto é só meu.”
(Revista Obvious)




O ultimo beijo..

voo

"Mais bonito que o canto dos pássaros, são seus voos.
Nem todo canto é de alegria.....
mas todo o voo é de LIBERDADE."


Superação

O viajante caminhava pela estrada, quando observou o pequeno rio que começava tímido por entre as pedras. Foi seguindo-o por muito tempo. Aos poucos, ele foi tomando volume e se tornando um rio maior. O viajante continuou a segui-lo. Bem mais adiante, o que era um pequeno rio se dividiu em dezenas de cachoeiras, num espetáculo de águas cantantes.
A música das águas atraiu mais o viajante, que se aproximou e foi descendo pelas pedras, ao lado de uma das cachoeiras. Descobriu, finalmente, uma gruta. A natureza criara com paciência caprichosa, formas na gruta. Ele a foi adentrando, admirando sempre mais as pedras gastas pelo tempo.
De repente, descobriu uma placa. Alguém estivera ali antes dele. Com a lanterna, iluminou os versos que nela estavam escritos. Eram versos do grande escritor Tagore, prêmio Nobel de literatura de 1913:
“Não foi o martelo que deixou perfeitas estas pedras, mas a água, com sua doçura, sua dança, e sua canção.
Onde a dureza só faz destruir, a suavidade consegue esculpir.”
(sabedoria universal)


Catando... a poesia..

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

... A vida ganha as cores e os contornos que nossos olhos atribuem a ela. Para alguns, talvez, ela nem colorida seja. É como ouvir uma canção de amor na voz de Elton John, Eric Clapton, U2 ou ainda ler uma poesia de Cora Coralina ou de Fernando Pessoa. Para quem tem olhos de poeta, a flor na beira da estrada é uma fonte inesgotável de beleza, de lembranças, de devaneios... O poeta quer registrar, guardar para sempre em sua memória. “De uma imagem isolada pode nascer um universo”, nos diria Gaston Bachelard. Enquanto vou refletindo... a música alimenta minha alma e desembaraça a minha visão. Assim fica muito mais fácil de enxergar e catar a poesia espalhada pelo chão da vida.
(Anderson Henriques)
Como diz Rubens Alves: " O relógio da vida não tem ponteiros... ouve-se Tique taque" ...

Meu lá(r)

Quero terra. Entre os dedos dos pés... Sementes pipocando em potes, balde com água e adubo, pá e chapéu. Roupas coloridas no varal, um pé de manga, de pitanga, tangerina, amora, morango, maracujá e acerola...! Uma horta explodindo de alface, repolho, couve, cenoura, tomate, agrião e beterraba. Lavandas espalhadas entre as margaridinhas do campo, entre a camomila e o alecrim, hortelã. Cheiro do bolo de fubá quase pronto. Panelas penduradas, colheres penduradas, panos pendurados, temperos pendurados, prateleiras. Cor. Madeira. Cheiro de camomila. Pães caseiros.Cascas de maçã, abacaxi, laranja, uva... secando ao sol, pro chá. Meu ser caseiro, em paz.
Chegue...
Pode entrar... só não esquece de tirar o sapato e encher a xícara de café ou de chá...
(Salinê Saunders)

Saudade

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Receita de Vira calça

terça-feira, 26 de janeiro de 2016



Cueca Virada é um biscoito frito típico italiano que faz a cabeça dos brasileiros. Sequinho, saboroso e crocante, ele é ideal para o seu café. Experimente:

Ingredientes;
- 1 xícara de chá de água morna;
- 1 xícara de chá de leite morno;
- 2 ovos;
- 2 colheres (sopa) de açúcar;
- uma pitada de sal;
- 1 colher (sopa) fermento de pão;
- 5 xícaras de trigo;

Modo de fazer.
1. Em uma bacia misture o leite, a água, o sal, o açúcar, o fermento e os ovos.
2. Por último, acrescente a farinha de trigo até a massa ficar consistente.
3. Polvilhe a mesa com um pouco de trigo e vire a massa sobre ela.
4. Estique a massa com um rolo de macarrão. Se preferir, utilize uma garrafa de vidro
5. Em seguida, recorte a massa em pequenos quadrados, faça um pequeno corte no centro e vire uma das pontas por dentro do buraco.
6. Aí, é só fritar as massinhas em fogo baixo e saborear com um bom café.

Sugestão: Depois de frito, você pode polvilhar o bolinho com açúcar e canela.

Nas nuvens ...

Brincava de desenhar nas nuvens: o indicador suspenso, como em sinal de atenção. Ia bailando pelos etéreos algodões da memória ou da vontade do porvir. Nem precisava ficar com os olhos abertos. Tinha gravada na mente a arte do céu e cada traço do viver.
E o céu dançava com a intensidade do ventar. Lá iam seus pés também, acompanhando as suaves mas firmes mãos do caminho; estavam rascunhados no branco da nuvem, mudando de posição junto com o ir da vida e do vento teimoso e indeciso.
Mas o destino borrou o desenho mais uma vez. Ah, que pena! Não faz mal, o céu estaria sempre ali. E, sem dúvida, as nuvens bailarinas também.





Final Perfeito

Fechou os olhos para deixar entrar o som quente da noite em seu coração.
Colocou aquela música para tocar, aquela que fazia seu mundo despertar cheio de cor e emoção. O vinho já fizera sua mágica e tudo estava cheio de brilho, até a tristeza que esboçara com letras escarlate e o beijo que pintara de azul no texto. Estava tudo no ar, era só esticar as mãos e captar...
No seu cômodo e covarde universo de letras, parágrafos e capítulos, ainda poderia escrever, reescrever, fugir mesmo de si. Mas os seus dias não foram nem seriam assim. Dizem que a vida não dá direito a ensaios. Sorriu dolorosamente... com vontade, na verdade, de chorar... Lembrou-se dos erros, mais que dos acertos e soube, naquele instante, que foram, também, lições. Os acertos? Ah, estavam guardados em porta-retratos coloridos e perfumados em sua mente. Mas eram momentos anônimos. Egoísta demais para aceitar dividi-los. porém: de nada adiantava agarrar-se a momentos que passavam como o rio e jamais voltariam... Por isso escolhera escrever: tinha a ilusão de aprisioná-los ali para sempre. O efeito era o mesmo de um perfume, de uma música. Mas eles partem; o perfume vai embora com o vento da inexorabilidade do existir; a música termina, deixando o silêncio que obriga a prosseguir...Viver é isso mesmo...! Sim, dos instantes que carregavam a vida consigo, no tique-taquear do tempo que arrasta tudo, menos o que precisamos com ele aprender. Aproveitou a onda de fé em si, mostrou seu sorriso mais misterioso, aquele que só aparece no fundo do olhar...
(Laura Gillon)

emotional pain tumblr - Google Search




O mistério da Escrita

"O verdadeiro sábio das palavras, o legítimo mago da escrita, para assim sê-lo, não usa tinta. Usa uma substância que não aparece no vidro do tinteiro, nem na máquina. Lá, ela fica dormente, invisível, como se para fazê-la aparecer, fosse preciso pronunciar, mesmo que só no pensamento, uma senha secreta. Ela se deixa vislumbrar somente quando chega ao papel, num beijo, num abraço, com a missão cumprida. É com a ALMA que o mago escreve, com a ALMA!"
(Laura Gillon)

"I'm sorry it had to come to this. I will miss you everyday." The words spilled onto the page seemingly by themselves.

Abraço



O Abraço de cada um....
Abraços são alfabetos, são livros que lemos cada um com sua caixinha de histórias agarrada ao coração...
(Laura Gillon)

Janela Aberta



Todas estavam fechadas, apenas uma, uma apenas estava aberta. Era exatamente por lá que entravam os raios de sol que ela tanto precisava e anunciavam a chegada de um novo dia. Era apenas por aquela janela que a brisa leve e refrescante do vento, fazia com que seus pulmões inspirassem e expirassem o ar. Aquela era a única janela e era por ela que entrava toda a esperança de novos caminhos e novas jornadas. As outras janelas estavam apenas fechadas prontas para serem abertas assim que ela quisesse.Abrir janela não é tão difícil, difícil é identificar qual delas deva ser aberta. Se possível veja, observe e analise qual você quer fechar e lacrar. Tente abrir o máximo de janelas. Abra todas que puder, pois somente assim podemos permitir que novos conhecimentos façam parte de nossas vidas. Janelas foram feitas para serem abertas porque sentimentos não entram em lugares fechados. As vezes penso janela é igual a coração. Entra o que a gente quer e quem a gente Ama.

(Giu De Cesare)

Sophia e a flor

Sopra...! disse a avó, entregando-lhe a flor. Sopra suave, mas não se esquece de fechar os olhos. E faz um pedido. Mas faz com fé, sorrindo e piscando para ela. Qual é a direção do vento agora? perguntou a menina, séria. Não queria desperdiçar a única flor, justamente a do pedido. A avó umedeceu o indicador e suspendeu o dedo no ar. Riram muito. Assim, de nada. Era tudo tão bom. Simples...! você sabia que esta flor nasce amarela? Chama-se dente-de-leão. E o vento faz suas sementes voarem e espalharem-se por aí, disse a avó. Ela não nasce assim, leve, solta, livre, linda? indagou a menina. Não, estas já são suas sementes, disse a avó sorrindo mais uma vez. E ela pensou que era impossível aquela flor ser só sementes, não ser mais flor. Não imaginava aquela florzinha tão delicada de outra forma, com outra cor. A avó devia estar enganada. Depois de segundos eternos, seus olhinhos de jabuticaba sorriram satisfeitos com sua própria sensibilidade. “Transformou-se”, pensou... “E ficou linda, ainda assim..! Mais bonita, talvez...!” Deu uma risadinha encantadora sem um dos dentes da frente, olhou para a flor pela última vez antes de fechar os olhos e fazer o pedido. E soprou...

 "E descobrimos, lá na frente da estrada, que o mais belo sempre foi o mais simples"...
(laura Gillon)

Fragrância

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Cada perfume leva um pouco de nós e deixa um pouco nas outras pessoas. O contato do perfume com as outras pessoas sempre deixa um pouco da nossa fragrância, que fica guardado na outra pessoa para sempre, mesmo que ela venha um dia a sair da nossa vida.
hoje você exala um perfume, daqui a alguns anos será outro, depois de mais alguns será outro, e assim a vida vai seguindo.
Você percebe que aqui existe aquela ideia de que cada pessoa tem um tempo na nossa vida? E que ela foi importante naquele tempo?
Lembrei as sábias palavras do grande Vinicius de Moraes: “Que seja eterno enquanto dure…”.

Pensar....

domingo, 24 de janeiro de 2016

Comece o dia.... ajeitando o coração, que vem coisa boa por aí...

Colorir a vida

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Numa manhã, o sol apontava quase meio-dia. A menina fazia caretas e, com as mãos pequenininhas, domava seus cachos enquanto olhava no espelho. Era o primeiro dia de aula. Ansiosa, não conseguia intercalar a fala e suas mastigadas nervosas. Com a mochila nas costas, a pequena invadiu a portaria do colégio como quem está prestes a matar a fome. Do pátio, a menina olhava todas aquelas salas e crianças se misturarem. Era tudo tão colorido que ela mal sabia se todas aquelas cores caberiam no seu estojo de lápis de cor. Ela queria colorir tudo também. Seus olhinhos brilhantes iluminaram um grupo de crianças, riam e se abraçavam. Ela chegou e disse oi. A risada daquelas crianças mudou de cor, não saiam mais a mesma música da felicidade. Os dedinhos apontavam para ela. Seus cachos murcharam quando encontraram com aqueles cabelos lisos pelos rostos brancos das outras meninas. Engoliu o próprio riso. De mãos dadas com a professora, a criança seguiu para a sala de aula. Sozinha, a menina coloriu o dia de cinza. No caminho de volta, enquanto sol se escondia atrás dos prédios, seus olhos estavam silenciosos. Ela estava com raiva dos cachos. Em casa, a pequena se sentou em frente ao espelho. Ela viu uma lágrima passear pelo seu rosto e estacionar em sua boca. Era salgada. A tristeza tinha gosto. Olhando fixamente para seu rosto emoldurado por fios que pareciam flores, mas ela já não gostava mais deles. Não queria florescer, queria lisos. Se não, não são cabelos. Entre seus cachinhos, uma conclusão e, entre seus dedinhos, uma tesoura sem ponta, amputava seus cabelos.
No dia seguinte, quando o sol anunciava a tarde, caminhavam para a escola. De novo, salas e crianças se misturavam, inclusive ela. Dessa vez, a menina com um sorriso, coloria sua luta.
(Luana Simonini)
Só posso dizer... é o que fez os meus olhos brilharem...Ela dedicou-se com afinco a superação das adversidades...


Céu

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016




Olhar o céu sempre foi sinônimo de calmaria. Mas depois desse fato, olhar o céu passou a ter um gosto especial... Não é apenas olhar... é contemplar...
Essa história foi a tanto tempo, mas ainda sim, continua tão latende...
Lembro-me dessa inocente pergunta a vovó, se quando a gente morre, fica lá em cima deitado nas nuvens. A doce nostalgia daquele momento quando estava sentada no batente na frente de casa, admirando o céu naquelas gostosas tardes de verão, onde o vento acariciava nossos rostos e cabelos. As palavras se confundiam, ora com o silêncio, ora com risadas...
Não sei meu bem, mas um dia a gente descobre dizia vovó. Parece ser tão bom ficar deitada ali né, dizia eu... A inocência das minhas palavras, parecia até que o mundo era a pura perfeição. E minha vozinha sentada no cantinho do sofá, de óculos redondos, vestido florido tinha em suas feições muita sabedoria e calma para escutar. Nesses dias, as horas nem passavam... e cada minuto me compenetrava a mudança das nuvens, da próxima figura que surgiria ... Eram essas simplicidades que me faziam olhar o céu constantemente. Depois de anos, precisei estudar, trabalhar e correr mais um pouco, confundir meus passos com as demais pessoas da cidade, acordar cedo, dormir tarde...ter pressa pra tudo...
Mas hoje, tarde de domingo, coincidentemente uma tarde calorosa de verão, sentei no batente de uma porta, não aquela que sentei um dia, mas a tela que estava diante dos meus olhos era a mais pura perfeição da minha infância, os algodões no céu formando figuras, imagens... De repente, vejo um carneirinho...ou será um gatinho... um coraçãozinho...?
Será que...será mesmo?
E como se houvesse alguém por ali a me ouvir, a voz da minha criança interior saltou num estalo: Ah vovó, então é nessa nuvem que a senhora esta não é...?
( vivendosemscript.blogspot.com.br)

O anjo

Ele andava tristonho havia dias. Notei numa manhã em que não quis muita conversa. Apareceu na cozinha, como de costume, encarapitado sobre a geladeira. Os olhos tristes a me fitar.. Brincou com os ímãs da geladeira, trocou uns de lugar... Disse que precisava ir e, quando me virei, já tinha ido. Dia seguinte, mesma coisa, beijou-me a testa e se foi. Eu não quis perguntar o que havia acontecido, anjos nem sempre podem nos contar tudo. Eles têm seus segredos. Mas se tem uma coisa que parte o coração é ver anjo triste. Não combina.Nos conhecemos num dia em que ele surgiu no jardim, todo sem graça, perguntando se eu tinha linha e agulha. “A bainha da minha blusa…”, foi explicando. Peguei minha caixinha de costura e, enquanto lidava no remendo, perguntei se aquela roupa não estava muito grande. Logo ele, tão miúdo. Ele disse que gostava daquele jeito, assim o vento lhe fazia cócegas sob ela. Entendi. Vi seu sorriso e desde então ele sempre dá uma passadinha em casa, pela manhã. Vem conversar. Seu sorriso é uma janela de onde se vê o céu da boca, cheio de passarinhos. Ele já é tão de casa que nem preciso fazer sala para ele. Terça não o vi. Quarta-feira, e ele não veio também.Não sei se anjo já foi gente e, nesse caso, se ainda vai tornar a ser. Só sei que passei mais tempo na cozinha nesse dia. Esperando. Quinta e nada. Como se cuida de um anjo? Quem é sua mãe? Senti saudades, chamei... Sexta-feira chegou e fui trabalhar. Quando voltei, corri até a cozinha. Os ímãs desalinhados na geladeira e um girassol recém-colhido sobre a pia.Tudo em paz, então. Anjos também têm seu tempo de resolver as coisas. Foi quando ele surgiu por detrás de mim e, feito criança, Buuuuu! Já ia ralhar com ele, não gosto desses sustos. Mas ele abriu seu sorriso de céu e apontou para o bolso da calça. Dei água para o girassol e fui buscar a caixinha de costura. Quando ele se despede, espicho o olho na tentativa de flagrar como é que ele vai embora. Nunca dá certo.
(Silmara Franco)

Felicidade

Eis que surgindo de minha parte um comentário sobre tristezas da vida...
me desafiei a escrever algo sobre felicidade, cá estou para mostrar a mim que posso realmente deixar alguns parágrafos sobre felicidade. Alongo um pouco, desligo o computador, espreguiço e então...Nada...! Que momentos de felicidade são esses? Os momentos em que relaxo por um minuto...? Ou quando com fome abocanho um imenso superburger de fast-food? Espreme pensamento daqui, desliga a razão de lá, pergunta a emoção quais marcas carrega e foram horas cansativas de indagações. Até que tardias, porém intensas, chegam as lembranças... e com elas a resposta.
Felicidade para mim, foi ver minha mamãe entrar em sua casa recém adquirida, ou brincar de pega com o neto. Uma corrida em direção ao mar ou um minuto de silencio no escuro, quando aniversariantes abrem a porta e caprichamos no grito de surpresa, um abraço dado sem necessidade nem solicitação. Felicidade só existe, não chega nem sai, não é trazida ou encontrada.Felicidade é aquele momento em que não existe preocupação se estamos sendo felizes ou não, é quando nosso pensamento não existe, apenas somos felizes e nada explica. Ela há e ponto, por ser uma linda ferramenta de vida, não pode ser comprada ou vendida, pode ser vivida.
Deixo essa inspirada ideia sobre felicidade, e me permito não mais pensar nela o desafio é deixar ela agir em tempo integral, sem poréns...
(Márcio Flávio)



Palavras....






Palavras só ganham um real sentido, quando penetram na alma, quando ganham nosso respirar... Tão pouco importa um belo poema se dele não houver a entrega de quem o lê... No final as letras servem como faíscas para algo maior, emocionar ...
Palavras fazem parte da alma, gestos e atitudes, misturados aos momentos e a pulsante vida, são complementos necessários para senti-las...
(Pablo Danielli)

Confete

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

E se eu pudesse deixar algo... Deixaria uma caixa cheia de confetes coloridos de paciência para serem usados quando a vida exigir recomeço. Às vezes será preciso acreditar.
E quando o monstro da existência se apresentar, esta caixa também será útil. O monstro é grande e de aparência infinita, será preciso domesticá-lo e será preciso paciência para esperar o tempo em sua medida secreta. Porque para tudo, há uma medida. E se descobrirão surpreendentemente domesticados, porque somos nossos próprios medos e não há medo que não se adoce com um pouco de sabedoria e a sabedoria chega depois de exercitada a paciência. E por vezes será preciso descobrir um pouco de sentido nas loucuras da alma, apenas para freiar as loucuras da vida. Será preciso paciência, posto que nem sempre é fácil encontrar. Não se assustem quando o dia amanhecer escuro, há de haver dias escuros, mas como tudo na vida é impermanente este dia também clareará. A vida apresentará charadas. Não as decifre, o tempo se encarregará. A solidão por vezes será inevitável, tomem-a como uma bela companhia pelo tempo que for preciso. Sejam pacientes. Não se preocupem com o tempo da chegada, apenas cheguem sem cansaço e desfrutem de seus sonhos; a verdadeira chegada acontece todos os dias, não é preciso correr.
Nota: São confetes coloridos para que vocês nunca esqueçam a alegria. E tenho pra mim que há sonhos de todas as cores.
(luciana chardell)

Carta a ninguém

Os dias andam azuis, mas prefiro quando chove e o fim da tarde traz aquele vento que levanta os pensamentos...  Gosto de colocar a vitrola para tocar enquanto olho a paisagem ... Digo vitrola, porque tal palavra traz em si um chiado que me acalenta as lembranças...
A solidão é bem diferente, cercada por multidão.... mas fica uma “ vaga” que não se acomoda nem no coração, desafina os cordões vocais. É um “senão”, quase um silêncio...
Algumas coisas andam quebradas e não são os fios do meu cabelo. Quebrei sem querer num descuido qualquer aquela coisa que eu não sei onde fica, se na laringe, faringe, coração, ou em minha massa cinzenta quase off white, mas bem sei, apesar dos meus despropósitos, que não deveria ter deixado isto acontecer. Foi sem querer ... Fora essas coisas, tudo bem...
( Luciana Chardelli)

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Escutatória

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular. " Escutar é complicado e sutil". Parafraseio o Alberto Caeiro: "Não é bastante ter ouvidos para se ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma." Daí a dificuldade...! Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras. É música, melodia que não havia e que quando ouvida nos faz chorar. A música acontece no silêncio. É preciso que todos os ruídos cessem. No silêncio, abrem-se as portas de um mundo encantado que mora em nós. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar quem faz mergulho sabe, a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia que de tão linda nos faz chorar. Pra mim Deus é isso: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também. Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto...
(Correio Popular, 09/04/1999)

Mar

Sobre o que me leva ao mar, ou sobre o que dele levo em mim...
O mar tem suas marés. Às vezes acorda sereno e faz cócegas nas canelas da areia, escorrendo sonolento de volta pra dentro de si. Às vezes revolve-se, rebela-se, revolta-se; e cresce e enche: transborda-se. Mar deveria era ser adjetivo, feminino, plural. O mar é sempre vários, tal mulher regida de lua.
Impossível confundi-lo com rio.. Em cada ponta que é sua é outro: ora azul turquesa, ora verde claro, ora cristalino. Sua infinita finitude faz que seja irmão quase gêmeo do céu. Às vezes frio, congelante; é mistério pro olhar alheio. Mas pode ser quente e delicado, envolvente como um abraço. Há tempos de abundância e a chuva faz festa no espelho deitado da água. E há os tempos sofridos, nos quais o sol só faz que maltrata, parecendo que tudo resseca. Creio que eu, tal qual concha pequena, nasci no ventre do mar. Pois sinto, em cada reencontro, um recaminhar para mim. Pois sinto, a cada quebrar de ondas, a sincronia com as batidas do meu coração. Pois é na água salgado que antevejo, nítido, o meu mais completo reflexo e o meu mais infinito desejo de nadar pra dentro de mim.
(Manu Marinho)

Semear e colher ...


Se temos de esperar, que seja para colher a semente boa que lançamos hoje no solo da vida.
Se for para semear, então que seja para produzir milhões de sorrisos, de solidariedade e amizade.


"SEJAMOS ILHAS"







Segundo o dicionário online, Ilha é uma Extensão de terra cercada de água por todos os lados. Metaforicamente falando, devemos ser Ilhas, cercados de horizontes sem fim. Na visão cotidiana dos Novos dias, 
"SEJAMOS ILHAS"...
Que neste novo ano, seja nascimento de paz, harmonia, respeito, amor, humanidade e sonhos para o mundo. Esse mesmo mundo, que em tempos de "agoras" clama por dias melhores, dias sem dores.
Sabiamente, José Saramago nos fala da Ilha: "É preciso sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se não saímos de nós."
Então, sejamos, ousemos, busquemos. Na Ilha de novos dias “sairemos de nós mesmos”, para assim, enxergar o mundo interior que ora é silêncio, ora alegria, ora imaginação, e por aí vai... Ao olhar introspectivamente, será possível conhecer as próprias limitações, e compreender que o mundo exterior em muito assusta, limita, oprime, mas que tudo isso, é um caminho à ser percorrido. Navegar tendo sempre um porto seguro: um por do sol, a brisa, o vento , o movimento das águas, os pássaros cantando na imensidão do azul do céu, na poesia, na música, nas lembranças ...
Na Ilha "Novo ANO" o segredo é sonhar, pois os sonhos nos move. Afinal, nem todo sorriso é alegria, nem todo silêncio é tristeza, são os sonhos que nos conduzem à CERTEZAS.

(Cleuma Alves)

felicidade

Há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons.
(Carlos Drummond de Andrade)