Humano Comum

segunda-feira, 15 de junho de 2015





Hoje eu dei um passeio nas nuvens
Hoje eu dei um passeio nas nuvens
Eu costumava manter os olhos bem fechados
Mas agora eu estou olhando para baixo

Hoje senti um interruptor em minhas veias
Hoje senti um interruptor em minhas veias
Costumava ser uma sombra
Agora as sombras gritam meu nome
E à luz do dia, eu poderia jurar
Somos o mesmo




Mas eu sou apenas um ser humano comum
Hábitos comuns
Eu sou apenas um ser humano comum
Mas eu não me sinto tão comum hoje

Eu sou apenas uma imagem, nada perfeito
Às vezes eu me medico
Eu vou ser uma foto, humano perfeito
Antes de o sol se ponha hoje

Hoje senti um interruptor na minha veia
Hoje fiz todos eles temerem
Costumava ser uma sombra
Agora uma sombra grita meu nome
E à luz do dia, eu poderia jurar
Somos o mesmo

Mas eu sou apenas um ser humano comum
Hábitos comuns
Eu sou apenas um ser humano comum
Mas eu não me sinto tão comum hoje

Eu sou apenas uma imagem, nada perfeito
Às vezes eu me medico
Eu vou ser uma foto, humano perfeito
Antes de o sol se ponha hoje
Apenas um ser humano comum
Mas eu não me sinto tão típico, oh, hoje

Oh, haverá paz na cidade hoje à noite
Paz na cidade hoje à noite
Mas quando eu for embora espero que eles façam isso certo
Haverá paz na cidade hoje à noite
Paz na noite da cidade
Pois quando eu for embora espero que eles façam isso certo

Apenas um ser humano comum
Hábitos comuns
Eu sou humano comum
Eu não me sinto tão comum hoje, oh
Mas quando eu me for
Espero que eles façam isso certo

Ah....!

domingo, 14 de junho de 2015



Fecho os olhos e ainda me vejo lá, correndo entre os girassóis, menina-moça, moça-menina cheia de sonhos, fantasias, ilusões e esperanças. Corria e corria e corria até os pulmões não se aguentarem mais...! E então deitava ali mesmo, ofegante. Deitava e passava horas ali, a olhar para o céu através dos girassóis que me pareciam gigantescos. E me via no meio de um quadro, onde o azul dos meus olhos se refletia no céu e eu tinha milhares de sóis à minha volta.Meus verões eram assim... explorava os morros, as pedras na encosta que o mar deliciosamente acariciava. Meus dias sempre começavam e terminavam lá, diante da imensidão azul do mar que se misturava como em aquarela com o céu. E o verde, aquela minúscula e longínqua parte esverdeada do mar era que me prendia a atenção. Sempre o verde. Eu e o barulho das ondas quebrando na encosta. A água salgada gentilmente molhando os meus pés descalços na areia. A brisa leve tocando o meu rosto, acariciando os meus cabelos. Um perfume que sempre se fez presente mesmo na ausência. O pensamento longe e a alma inquieta. Sempre inquieta.
Meus dias eram enluarados e minhas noites tinham sol.

(hajahojeparatantoontem.blog)

Viver...



[...] Viver é atrever-se...! É ser mais que uma pessoa feita de sonhos e fantasias, mas correr atrás da sorte. É pegar na mão do hoje para abraçar o amanhã.
Porém, algumas vezes o atrevimento demora... Primeiro, porque confiar nos próprios instintos requer coragem. Como reconhecer que somos estrelas perdidas tentando iluminar a nossa própria escuridão. É por isso que, vira e mexe, as lágrimas aparecem... impiedosa, arrastando alicerces e desfazendo certezas.O sonhado atrevimento fica sem jeito... procurando sentido nesse mundo que gira rápido demais...Que nossas lágrimas se tornem a bebida de nosso hoje; e que nossas melhores memórias nos guiem ao depois de amanhã. Que o olhar cuidadoso de nós mesmos transforme nossa visão de dentro para fora, nos lembrando de que somos capazes, mesmo com as incertezas que compõem as belezas do dia a dia. Sejamos o passarinho que canta em nossa janela amanhecendo a alegria. E que a lembrança desse canto sempre nos traga a compreensão e o alívio para nossa tristeza... (Rebeca Bedone)
Rubem Alves disse “O pôr do sol é triste porque nos conta que somos como ele: infinitamente belos em nossas cores, infinitamente nostálgicos em nosso adeus”. É nos dias silenciosos que as palavras ganham novos sons, é depois da tempestade que nasce o arco-íris.

Você já viu uma pipa voar a favor do vento...?

Animated GIF of Kite – Fubiz™


Claro que não. Frágil que seja, de papel de seda e taquara, nenhuma se dá ao exercício fácil de voar, levada suavemente pelas mãos de alguma corrente. Nunca. Elas metem a cara. Vão em frente. Têm dessa vaidade de abrir mão de brisa e preferir a tempestade. Como se crescer e subir fosse descobrir em cada vento contrário uma oportunidade. Como se viver e brilhar fosse ter a sabedoria de ver uma lição em cada dificuldade. No fundo, no fundo, todo mundo deveria aprender na escola a empinar pipas, pandorgas ou raias. Para entender desde cedo, que Deus só lhes dá um céu imenso porque elas têm condições de o alcançar. Assim como nos dá sonhos, projetos e desejos, quando possuímos os meios de os realizar. De tempos em tempos, voltaríamos às salas de aula das tardes claras só para vê-las, feito bandeiras, salpicando o azul. Assim compreenderíamos, de uma vez por todas, que pipas são como pessoas bem sucedidas: usam a adversidade para subir às alturas.
(José Oliva)

... uma certa solidão....

... Antes que o mesmo sol fosse engolido pelas águas. Antes que a tarde pintasse o céu de abóbora; Antes que a noite fechasse as cortinas anunciando a escuridão. E todas as luzes tomasse de assalto a cidade. Eu descia para ver o mar, queria compreender...sua solidão, ficava a imaginar, um azul quase que infinito...
Em delírios... que seja somente eu, perdida neste anonimato da saudade...
... e o infinito acolhe-me num céu suave e vazio..
(O poeta esquecido)

Os pássaros...



Como diz Dora Piano via Mia Couto -
Devia ser uma proibição à nivel mundial.
Os pássaros não merecem viver presos, por conta da vaidade humana.
Possuem asas, devem voar...é assim que tem que ser!
“Tenho claro em minha mente que todos os pássaros têm os direitos fundamentais de voar nos céus e que os seres humanos não têm o direito de mantê-los presos em gaiolas para satisfazer os seus propósitos egoístas ou o que quer que seja”, declarou o Juiz Manmohan Singh.

Vida


texto

E a noite vem... com seus encantos nos leva ao descanso rumo ao silêncio da madrugada e vem o sono, os sonhos, as viagens de nossa alma.
Viaje sim...
...Fez-me bem descobrir que as árvores bem como outras que foram plantadas estão bem crescidas e que já quase formam um bonito bosque. Fez-me feliz saber que, embora quase, esse bosque já abrigue lobos maus e porquinhos e fadas e gnomos e outras figuras capazes de encharcarem, de gostoso medo, seres puros ainda não contaminados pelo que há de feio no mundo, mas que acreditam que a fantasia é capaz de tornar a vida mais tolerável de ser vivida. Ficar próximo de criança bem pequena traz uma sensação boa...Ando com vontades de um balanço desses que a gente vê nos filmes, de que, com o impulso das minhas pernas para frente e para trás, o balanço me leve para as alturas fazendo minha barriga esfriar e descabelarem meus cabelos quando minha cabeça tombar para trás e eu enxergar tudo de cabeça para baixo, árvore boa para subir igualzinha a uma dos meus tempos de criança, no quintal de casa rodeada por canteirinhos de meigos beijinhos coloridos.Eu queria balançar bem alto e também de noite. Assim eu poderia ganhar beijos doces da lua. Assim como sinto falta de poesia. As pessoas estão enrijecidas. Recuso-me a enrijecer. Correr do mundo, entrar num livro de poesias e me refugiar lá, encolhida, bem quentinha, convivendo com a alegria. E também com a dor. Mas com a dor dos poemas... Voltei a pegar minhas agulhas de tricô e minhas lãs coloridas. E mais uma parte da minha colcha de memórias ficou pronta noite dessas. Quando toda ela ficar pronta, o que demorará com certeza, haverá ainda lembranças? Ou nem a terminarei por conta da cabeça ter ficado com vontades.
(Berenice de Fátima)

Pensamento

O homem não pode descobrir novos oceanos...até que tenha coragem de se afastar da terra até não vê-la mais...
Andre Cicie

lágrimas


“Há uma santidade nas lágrimas.
Não são marca de fraqueza, mas de força.
São mensageiras da dor incontrolável...
e de amor indescritível...”

 Washington Irving

Choro




Concordo com a Josie Conti quando diz [...] Meu choro é calado, mora apertado no peito e tem momentos que o sinto revirando-se desajeitado, procurando um lugar mais confortável para ficar.. Porém não escorre... É choro acrobata, conhece a complexidade da vida, contorce-se, mas não fica onde deveria estar e não encontra o caminho do rio onde as lágrimas vão de encontro ao sol. Somos amigos antigos e ele se lembra de cada dia em que a vida o fez pulsar e aumentar seu volume. Ele é sensível, é poeta que rima dentro de mim. Às vezes luto para que ele se vá, encontre as portas do olhar que lhe darão a liberdade, mas meu choro é confuso, teme o abismo da liberdade que a expressão do sentimento proporciona.
Ah, choro carente, não percebe que sua gota é semente, que seu sal é força e que sua queda pode ser voo? Mas hei de me programar e guia de um choro perdido serei. E chorarei. Por três dias e três noites em tempestade e calmaria. Até que a pressão termine, até que o coração se acalme, até que a vida se lembre que ser sensível para fora também é uma opção.
" Um dia desses, ainda viro mar.

Circo

Another tease from a personal animation project - soon to be published Check out the x2 version


Quando Gilka era pequena, seus pais a levaram num circo. Ela nunca mais se esqueceu do que sentiu naquela primeira vez que ficou debaixo de uma lona colorida. Emoção que se renova até hoje. No tempo da infância de Gilka, circo era uma grande oportunidade de diversão, seus pais nunca puderam comprar bilhetes para que a pequena se sentasse nas cadeiras para assistir aos espetáculos circenses. Naquela época era assim: havia cadeiras em volta do picadeiro, onde os ricos se sentavam de modo mais confortável, com as costas apoiadas. E arquibancadas de madeira, atrás dessas, para os mais pobres. Era preciso ficar atenta para não cair para trás. E as perninhas, soltas, balançando... Gilka sentiu uma ponta de inveja das meninas ricas sentadas com seus vestidos nas cadeiras. Mas, logo pensou: “elas não sentem, sentadas e seguras naquelas cadeiras, o que sinto sentada aqui. Elas não veem o que vejo daqui.” E ela nem desconfiava que algumas meninas ricas passaram o espetáculo inteiro olhando para trás, com vontade de trocar de lugar com as meninas pobres. De todos os artistas, os que mais agradavam Gilka eram os trapezistas. Como homens poderiam voar se não tinham asas como a dos anjos? Os trapezistas levavam os pensamentos da menina para um lugar mágico. E faziam também com que ela acreditasse que eles eram as pessoas mais felizes do mundo. Sua paixão pelo circo levou-a a estudar e a praticar artes circenses e hoje faz manobras no tecido aéreo. Fica lá em cima enrolada naqueles panos lindos se mexendo ao som de uma boa música. Ela diz que circo é lugar de encantamento, de alegria, de sonhos. Homens voam...se superam... brincam, fazem o público feliz alimentando seus espíritos...
(Berenice de Fátima)

Solidão




Há alguns momentos na vida em que é preciso ficar só. Para, apreciar o pôr do sol, ou aceitar o que não tem explicação A porta do coração se fecha para se escutar. Então, você aprende a ser seu. Dança com a sua solidão.
E, assim, vai tocando os dias e as dúvidas. Dobra lembranças para guardá-las nas prateleiras da saudade. Amassa desilusões para jogá-las no baú do passado. Olha seus olhos de ser só e entende o que já foi. Sorri o sorriso da solitude e aprende a esperar. Bebe o vinho da espera e saboreia a vida enquanto escolhe aquele momento na vida em que a qualidade passa prevalecer à quantidade, e quando menos é mais. Enquanto isso, você continua aprendendo a ser só... lê a felicidade em um livro e colore seus vazios com a sua esperança. Ri e chora. Vive a solidão com dor e paixão. Encontra paz de espírito e escreve a vida em folhas novas.
Sim, a poesia te espera o tempo que for preciso...
(Inspirado na crônica de (Ita Portugal)

Amar


Adaptação Rosa chiclete


... A semana deveria ter dois domingos. Um para a gente se divertir muito e outro para a gente descansar... Numa manhã ensolarada de domingo me pediu a menina de cachinhos dourados, para fazer um cachecol Dentre as várias cores de lã, a cor rosa. Dois novelos macios e quentinhos. Aprendi a mexer com tais agulhas ainda criança. Desde então, minhas mãos me pedem em determinados momentos, que eu pegue nas agulhas...O mimo ficou logo pronto. A coisa boa foi ver os olhinhos da cachinho brilhando. Penso que o que encanta é o que acolhe e que aconchega,que enfeita e charmoseia. No exato momento em que penso sobre fios, abro em um site que cuida de teatro narrativo. A primeira foto do site: duas mulheres segurando delicadamente um... fio. Será o fio da vida? Transformar fios em beleza é coisa que remete ao feminino. Num passado muito remoto, o que faziam as mulheres enquanto teciam os fios, cantavam, narravam, davam vida ao imaginário, expressavam seus desejos, sentimentos, lamentavam, riam,.e,com alegria de passar adiante conhecimentos... Contam que o espaço de tecer era um espaço para encontro e bem dizeres e quereres. Quando mexemos em fios, quando transformamos os fios em tecidos, numa peça de crochê ou de tricô, simbolicamente estamos, na verdade, querendo tecer a nossa vida.
(Berenice de Fátima)

O último ADEUS...



 Eu vi a luz desaparecer no céu. No vento eu ouvi um suspiro. Enquanto os flocos de neve cobrem meus amigos caídos. Eu direi esse último adeus
 A noite está caindo. Assim termina o dia.. A estrada está chamando
E eu preciso ir. Pelas montanhas e abaixo das árvores. Pelas terras onde a luz nunca brilhou. Por riachos de prata que vão em direção ao mar
Por baixo das nuvens e das estrelas. Por cima da neve e das manhãs de inverno
Eu deixei para trás os caminhos que me guiavam para casa. E fui pela estrada em que eles me levaram. Eu não posso dizer Nós chegamos até aqui. Mas agora chegou o dia. De dizer adeus. Já estive em muitos lugares
Já vi muitas lamentações. Mas eu não me arrependo. E nem me esquecerei
De todos que seguiram nesse caminho ao meu lado.
 A noite está caindo...
A essas memórias eu me segurarei. E vou seguir com sua benção. Para me despedir dos caminhos que me guiaram para casa. E fui pela estrada em que eles me levaram. Eu não posso dizer. Nós chegamos até aqui. Mas agora chegou o dia
De dizer adeus. Vou dar a todos um afetuoso adeus