Viver

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013




Viver é algo que vai além do tempo,
é mais do que conquistas e sucessos passageiros,
é saber que o valor de nossa existência
consiste em deixar, por onde passarmos,
um pouco de Deus!

(AD)

Foto

Gibran Kahlil Gibran

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013


É aquele momento em que a Vida passa da sonolência para a alvorada. É a primeira chama que ilumina o íntimo mais profundo do coração. É a primeira nota mágica arrancada das cordas de prata do sentimento. É aquele momento instantâneo em que se abrem diante da alma as crônicas do Tempo, e se revelam aos olhos as proezas da noite, e as vozes da consciência. Ele é que abre os segredos da Eternidade para o futuro. É a semente lançada por Ishtar, deusa do Amor, e espargida pelos olhos do ser amado na paisagem do Amor, depois regada e cuidada pela afeição, e finalmente colhida pela alma.

O primeiro olhar vindo dos olhos do ser amado é como o espírito que se movia sobre a face das águas e deu origem ao céu e à terra, quando o Senhor sentenciou: "E agora, vivei!"

cinemagraphs


Gibran Kahlil Gibran




Nossas almas são como flores tenras à mercê dos ventos do Destino. Elas tremulam à brisa da manhã e curvam as cabeças sob o orvalho cadente do céu.
A canção dos pássaros desperta o Homem de sua insensibilidade, e o convida a participar dos salmos de glória à Sabedoria Eterna, que criou a melodia de suas notas.
Tal música nos faz perguntar a nós mesmos o significado dos mistérios contidos nos velhos livros.
Quando os pássaros cantam, estarão chamando as flores nos campos, ou estão falando às árvores, ou apenas fazem eco ao murmúrio dos riachos? Pois o Homem, mesmo com seus conhecimentos, não consegue saber o que canta o pássaro, nem o que murmura o riacho, nem o que sussurram as ondas quando tocam as praias vagarosa e suavemente.
Mesmo com sua percepção, o homem não pode entender o que diz a chuva quando cai sobre as folhas das árvores, ou quando bate lentamente nos vidros das janelas. Ele não pode saber o que a brisa segreda às flores nos campos.
Mas o coração do homem pode pressentir e entender o significado dessas melodias que tocam seus sentidos. A Sabedoria Eterna sempre lhe fala numa linguagem misteriosa; a Alma e a Natureza conversam entre si, enquanto o Homem permanece mudo e confuso.

Mas o Homem já não chorou com esses sons? E suas lágrimas não são, porventura, uma eloquente demonstração?


william shakespeare





O poeta olha para o céu num frenesi, lança um olhar do céu à terra, e da terra ao céu; e enquanto a imaginação do poeta desenha os contornos de coisas desconhecidas, a pena do poeta dá-lhes forma e atribui a esse nada etéreo um endereço e um nome.


MÁRIO QUINTANA





O que o vento não levou...

No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas
que o vento não conseguiu levar:

um estribilho antigo,
um carinho no momento preciso,
o folhear de um livro de poemas,
o cheiro que tinha um dia o próprio vento...


O amor


O amor de verdade sobrevive à falta de luz, à falta de bateria, à falta de ambientes com W-Fi.
O amor de verdade só morre quando falta um coração!

Ricardo Coiro

Jack Johnson - Constellations

Escrevo...



Escrevo por isso.
Porque para mim a poesia tem o poder de transformar o tempo e a vida fazendo-os passar mais devagar aos nossos olhos, ou nem isso, quem sabe até mais depressa, mas com certeza mais intensamente, menos vazia.

(L A Santos)

FATALIDADE






Não sei tecer
senão espumas,
nuvens
e brumas.
Coisas breves,
leves,
que o vento desfaz.

Como prender-te
em teia tão frágil?

LUISA DACOSTA, in A MARESIA E O SARGAÇO DOS DIAS (Ed. Asa, 2007)
Pintura de © Duy Huynh

Mario Quintana - Il. Laure Phelipon


No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas que o vento não conseguiu levar: um estribilho antigo, um carinho no momento preciso, o folhear de um livro de poemas, o cheiro que tinha um dia o próprio vento!...

Viver Feliz

Paulo Coelho