Afeto

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

O afeto tem que ser regado, cultivado; requer um pouco de nós.
Sem dedicação, sem alimento, aquela plantinha chamada afeto, morre de inanição. Amor é assim, feito de perdão e de imortalidade. Amor não morre. Mesmo depois de morto, ele volta a nascer em outros vasos, para outros donos, quando se tem a capacidade de amar.
Ao escolher não cultivar uma amizade, um afeto, por qualquer razão que seja você escolhe morrer junto, aos poucos, pois a solidão é a única morte que existe.
(revista obvious)

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Céu

Eu acho que há muitos céus, um céu para cada um.
O meu céu não é igual ao seu.
Porque céu é o lugar de reencontro com as coisas que a gente ama
e o tempo nos roubou.
No céu está guardado tudo aquilo que a memória amou...
(Rubem Alves)



Brinquedos

Brinquedos dão alegria: bonecas, pipas, piões, bolas, petecas, balanços, escorregadores… Os brinquedos podem ser feitos com os mais diferentes materiais: madeira, plástico, metal, pano, papel. Mas há brinquedos que são feitos com algo que a gente não pode nem tocar e nem pegar, que são feitos com palavras. Poetas são as pessoas que fazem brinquedos com palavras. Pena que haja muitas pessoas que não saibam brincar com os brinquedos feitos com palavras chamados poemas..! É uma pobreza...! Eu faço brinquedos com palavras. As coisas que escrevo são brinquedos. Se vocês lêem o que escrevo e gostam é porque vocês estão brincando com o brinquedo de palavras que fiz. Unicórnios, elefantes voadores, bois que falam, flores que choram, um pé de feijão que cresce até atingir os céus: essas coisas não existem. Mas nas estórias elas existem. Shakespeare, um famoso escritor inglês, escreveu uma das mais lindas estórias de amor jamais escritas: Romeu e Julieta. Ao ler as palavras que Shakespeare escreveu, Romeu, Julieta e o seu amor ficam vivos muito embora nunca tenham existido. Nunca existiram de verdade, mas existem na alma da gente. Assim, é um turismo que a gente faz por tempos e espaços que não existem mais.

Estrada de tijolos amarelos

Sabe, de vez em quando é normal sentir que a vida que vivemos não é a vida que escolhemos... Quando isso acontecer, lembre-se da estrada de tijolos amarelos; aquela, que Dorothy seguiu quando o mundo amanheceu irreconhecível. A estrada é longa e deixará seus pés doloridos, mas ao final, o encontro com o Mágico será tão somente o encontro consigo mesma, descobrindo que tem aqueles dons escondidos, pensamento, sentimento e vontade tão reais e materializados quanto as figuras do espantalho, homem de lata e leão. Nunca se esqueça: Mesmo quando as coisas dão errado, a gente sobrevive. Então desista dessa mania de levar o guarda chuva dentro da mala para o caso de chover. Se chover, aproveite pra voltar a ser criança molhada, com o cabelo arrepiado. Não contabilize prós e contras de cada atitude, de vez em quando a gente perde, de vez em quando a gente ganha; ouça mais seu coração. Não abasteça sua geladeira com tudo o que o Globo Repórter diz, semana que vem a orientação é outra. Antes que eu me esqueça: prefira uma verdade feia a uma mentira bonita. Assuma sua vida do jeitinho que ela é, sem tirar nem pôr. Vou te contar: Pode ser que um dia você sinta que seus olhos enxergam melhor quando estão úmidos. Por fim, mais uma palavra de bolso: Siga pela estrada de tijolos amarelos e quem sabe, além do arco-íris, encontre a si mesma mais amadurecida e feliz,
(Fabíola Simões)

... a importância das atitudes e a beleza dos gestos


“A Menina que Roubava Livros”. Há muito tempo queria ler este livro, mas depois foram aparecendo tantos outros que este foi ficando para trás. Finalmente nos encontramos. Liesel, uma menina alemã vivendo durante o governo de Hitler e sua alma que alçava vôos pelas páginas dos livros surrupiados. O primeiro veio da neve, quando sua mãe não podendo cuidar dela e do irmão menor, os leva para uma família criar e durante a viagem de trem, seu irmão já doente morre, e é enterrado no caminho. Na volta do enterro, um dos coveiros que ainda é um aprendiz da profissão, o deixa cair, e o segundo veio do fogo, de uma fogueira para queimar livros proibidos. As dores do mundo já cabiam em sua rua na sua cidadezinha. A menina, depois do sofrimento inicial, foi aos poucos percebendo que seus pais de criação; ela uma dona de casa que lavava e passava para fora, ele um pintor de paredes que nas horas vagas tocava acordeão, eram pessoas bondosas.
Mas é daquele tipo de bondade despretensiosa, traduzida por generosidade e compaixão naturais, que não espera aplausos. Um era de uma bondade tranquilizadora onde você busca abrigo quando quer proteção e consolo. O outro de uma bondade explosiva, mas que aflorava nos momentos de crise. Mas a essência era a mesma, e ambos sabiam que algo estava muito fora de lugar. Esse tipo de bondade tanto quanto seu oposto, quando aparece, não escolhe a raça, o credo, o sexo ou o nível social. Mas não se engane, a bondade não é algo que se manifeste como unanimidade".
(Eli Boscato)

Vida

" É exatamente disso que a vida é feita, de momentos. Momentos que temos que passar, sendo bons ou ruins, para o nosso próprio aprendizado.
Nunca esquecendo do mais importante: nada nessa vida é por acaso. Absolutamente nada. Por isso, temos que nos preocupar em fazer a nossa parte, da melhor forma possível. A vida nem sempre segue a nossa vontade, mas ela é perfeita naquilo que tem que ser. "

Sombras

Lembro-me dos caminhos que ninguém pisou
ouço as vozes longínquas
dos homens que não cataram
recordo dias felizes que não vivi
existem-me vidas que nunca foram
vejo luz onde só há trevas.
Sou um dia em noite escura
Sou uma expressão de saudade.
Saudade…
-de que? De quem?
Nunca vi o sol
que tenho a recordar?
Ah!
Esta mania de imaginar
e de inventar mundos
homens, sistemas, luz!
viver nas coisas, nos rumos fechados
na escuridão das noites
a palpitante existência
dos dias de sol.
Esta saudade do nada
esta loucura.
Volvamos à realidade
sonhador!
Agostinho Neto, in Sagrada Esperança



PERFUME DOS SONHOS

observe

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Observe o céu estrelado
e sinta, menina,
Ainda Há esperança.







Contava o padre Virgílio que na terra dele, muitos anos depois do término da guerra, podia ser visto um enorme canhão abandonado, às margens de um bosque. Mas, enferrujado pela chuva e aprisionado pelas frágeis flores do campo. As pequeninas flores do campo tiveram bastante força para amordaçar o monstro hediondo e se desforrar de tantas ruínas.
Nossa fé pode ser  frágil como uma flor mas, vivenciada nos corações  torna-se tão forte que pode comandar a desforra do amor sobre o ódio.
(pequenashistóriasgrandeslições)

Moça




Moça, olha só o que eu te escrevi
É preciso força para sonhar
E perceber
Que a estrada vai além do que se vê....