Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, 31 de maio de 2012


O amor antigo vive de si mesmo,
 não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige nem pede.
Nada espera,mas do destino vão nega a sentença.
O amor antigo tem raízes fundas,feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,e por estas suplanta a natureza.
Se em toda parte o tempo desmorona aquilo que foi grande e deslumbrante,
a antigo amor, porém, nunca fenece e a cada dia surge mais amante.
Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste?
 Não.
 Ele venceu a dor,e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.

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