Cartas

segunda-feira, 30 de maio de 2016


Existem cartas que nunca foram enviadas e ainda estão guardadas em um lugar que poucos vêem, na morada do coração.
Uma carta. Palavras. Sentimentos. Telas. Vidas.
A carta que eu nunca escrevi começava com um belo trecho de um poema, e era ritmada como a poesia. Eu nunca escrevi porque era uma carta importante, pra mim. As palavras começavam a fervilhar dentro de algumas telas de sonhos nunca concretizados ... lágrimas caíam... A carta que eu nunca escrevi vinham com desenhos de melodias que eu só conseguia compor porque me fazia lembrar das músicas dos sonhos... sobre as flores que nasceram em meu jardim, das lembranças das noites longas...das estrelas, e a lua a admirar. Uma carta que eu nunca escrevi, que ficou intacta em mim e sem remetente, mas como alguma estrela que encontra outra, essas letras e palavras encontrarão o seu destino, porque quem se decide que a esperança é amiga e embeleza o caminho e como um adorno que reveste o coração, essas singelas sílabas serão bem guardadas porque são únicas. E no coração lugar de entrada de poucos, serão suavemente colocadas em caixas coloridas para serem revistas quantas vezes a vida permitir, porque nessa morada se vê melhor e se descobre lares de quem te cativou para uma vida inteira.
(Maria Eneida)


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