PELA BRISA QUE AFAGA ENQUANTO ESTOU À MARGEM DO MUNDO

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

O que se vive hoje não é mais o que se viveu ontem e, com isso tudo, o que sentimos hoje jamais será o que sentiremos amanhã.
E a cada chuva, a cada temporal, há uma transformação, para melhor ou para pior, a depender do que se permite, uma escolha que nem sempre se faz com o dedo em riste, mas que com certeza se faz. Por vezes somos surpreendidos por terremotos, grandes avalanches, que nos deixam com o coração debilitado, um olhar triste e abatido. Não é nosso papel culpá-las, mas tão somente encará-las. Sentir o vento forte balançando os velhos medos e deixar que se vá aquilo que já não nos  pertence mais.  E nisso a gente até que aprende. Aprende a respirar, a falar, a deixar de falar, a caminhar sobre as pedras, a enfrentar a correnteza, a não perder tempo  reclamando da paisagem. Porque ficar com o coração acelerado só vale a pena se for pelas belezas da vida. Pelas tristezas a gente faz um silêncio que basta.  E para eu que tanto amo, que guardo em mim um pulsar infinito de sensações... que tanto poetizo com as próprias lágrimas e que sabe o verdadeiro sabor de um sorriso, sei que a vida não espera, que o agora exige, que café requentado é para quem não soube beber a tempo...
E aqui, porque agora a alma flui. vagueia sem medo, o coração já  desacelerado e numa espécie de centelha de alegria traz agora um sorriso de canto ao meu rosto.

 ( Caroline Neres)

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