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domingo, 14 de junho de 2015

E a noite vem... com seus encantos nos leva ao descanso rumo ao silêncio da madrugada e vem o sono, os sonhos, as viagens de nossa alma.
Viaje sim...
...Fez-me bem descobrir que as árvores bem como outras que foram plantadas estão bem crescidas e que já quase formam um bonito bosque. Fez-me feliz saber que, embora quase, esse bosque já abrigue lobos maus e porquinhos e fadas e gnomos e outras figuras capazes de encharcarem, de gostoso medo, seres puros ainda não contaminados pelo que há de feio no mundo, mas que acreditam que a fantasia é capaz de tornar a vida mais tolerável de ser vivida. Ficar próximo de criança bem pequena traz uma sensação boa...Ando com vontades de um balanço desses que a gente vê nos filmes, de que, com o impulso das minhas pernas para frente e para trás, o balanço me leve para as alturas fazendo minha barriga esfriar e descabelarem meus cabelos quando minha cabeça tombar para trás e eu enxergar tudo de cabeça para baixo, árvore boa para subir igualzinha a uma dos meus tempos de criança, no quintal de casa rodeada por canteirinhos de meigos beijinhos coloridos.Eu queria balançar bem alto e também de noite. Assim eu poderia ganhar beijos doces da lua. Assim como sinto falta de poesia. As pessoas estão enrijecidas. Recuso-me a enrijecer. Correr do mundo, entrar num livro de poesias e me refugiar lá, encolhida, bem quentinha, convivendo com a alegria. E também com a dor. Mas com a dor dos poemas... Voltei a pegar minhas agulhas de tricô e minhas lãs coloridas. E mais uma parte da minha colcha de memórias ficou pronta noite dessas. Quando toda ela ficar pronta, o que demorará com certeza, haverá ainda lembranças? Ou nem a terminarei por conta da cabeça ter ficado com vontades.
(Berenice de Fátima)

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