Infância

sábado, 10 de outubro de 2015

... Ah os aromas da infância...! Se por acaso sinto algum, sou imediatamente remetida no tempo. Cheiro de café torrado, de bolo no forno, de pudim de pão, das frutas, de mato recém cortado, de terra molhada, cheiro de Natal.
Chego a pensar que nossa memória está localizada no nariz.
No jardim havia gerânios, antúrios, margaridas, todo tipo de folhagens. Mas me lembro muito de um pé de dama da noite porque sua flor só se abria ao anoitecer e deixava o ar impregnado com seu perfume mágico, daqueles que você fica aspirando para sentí-lo melhor.
Não sei se perdi o sentido do olfato ou se ele mudou. Teria sido imaginação? Descoberta de criança?... só restou a lembrança...
Não adianta tentar reter o tempo. Ele escorre entre os dedos das mãos e deságua lá longe na imensidão da memória, deixando pelo caminho grandes e pequenos fragmentos de imagens, e...os aromas...! aqueles cheiros que nos fazem lembrar de momentos...lugares... e pessoas.
(revistaobvious)

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