Malmequer e a Cotovia

sábado, 24 de janeiro de 2015

..,na frente um jardinzinho com flores, floria um pequenino malmequer.
Desabrochava, graças ao sol, que repartia igualmente a sua luz tanto por ele como pelas outras flores do jardim.Com as folhinhas alvas e brilhantes, parecia um sol em miniatura circundado dos seus raios, florinha insignificante. Vivia satisfeito, aspirando deliciosamente o calor do sol, e ouvindo o canto da cotovia, que se perdia nos ares. Apesar de ser uma segunda-feira, sentia-se tão feliz como se fosse um domingo. Enquanto as crianças sentadas nos bancos da escola  ele, sentado na haste verdejante, estudava na formosura da natureza a bondade de Deus. Havia muitas flores altivas,  Dálias, Tulipas, quanto menos aroma tinham, mais orgulhosas se aprumavam Não se dignavam de lançar um olhar para o pequeno malmequer, que a admirava-as, Num instante, a cotovia dirigiu o seu voo, não para as dálias e tulipas, mas junto do pobre malmequer, que morto de alegria não se continha, A ave acariciou-o com o bico, cantou outra vez diante dele, e perdeu-se depois no azul do firmamento. .Apreciando reconhecido a bondade de Deus, cerrou ao cair da tarde as suas folhas, adormeceu, e sonhou toda a noite com o sol e com a cotovia. De manhã, assim que o malmequer abriu as suas folhas ao ar e à luz, reconheceu a voz do passarinho, mas o seu canto era triste.haviam-no agarrado e metido numa gaiola, suspensa entre uma janela aberta.O pequenino malmequer tinha boa vontade de lhe acudir: mas como? A compaixão pelo pobre , fez-lhe esquecer ias belezas que o cercavam, o doce calor do sol e a alvura resplandecente das suas próprias folhas. Numa tarde encaminharam-se para o malmequer e o arrancaram e o remeteram a gaiola com a cotovia Caiu a noite e não estava ali ninguém para trazer ao menos uma gota de água. Contudo o perfume que o malmequer exalava, tornou-se mais forte que de costume; a cotovia sentiu-o, e, apesar da sede  teve todo o cuidado em não tocar nem sequer de leve na flor, estendeu então as suas asas, sacudindo-as convulsivamente, e pôs-se a cantar uma cançãozinha melancólica; a sua cabecinha inclinou-se para a flor, e o seu coração quebrado de desejos e de angústias cessou de bater. Vendo este triste espetáculo, o malmequer não pôde  fechar as suas folhas para dormir; curvou-se para o chão, doente de tristeza.Vendo o passarinho morto lamentaram em lágrimas e o enterraram dentro de uma caixa vermelha lindíssima e o cobriram com folhas de rosas.obre passarinho! Enquanto vivia e cantava, esqueceram-se dele e deixaram-no morrer de sede na gaiola;; depois de morto é que o choraram e lhe fizeram honrarias pomposíssimas.
O malmequer lançaram-no para a poeira da estrada; daquele que com tanta ternura tinha amado a cotovia, ninguém se lembrou.

Moral da história...???

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