....as estrelas

segunda-feira, 20 de junho de 2016

... nas cidades iluminadas pelas lâmpadas elétricas o céu fica embaçado, a luz das estrelas fica fraquinha e a maioria desaparece. Nos tempos de antigamente, as noites eram realmente escuras.. era possível ver os céus, iluminados por milhares, milhões de estrelas, piscando…Pois os céus, durante a noite, não são uma imensa folha de papel preto cheia de pontinhos luminosos...? A luz das estrelas traz alegria...! Mário Quintana, um poeta velho com alma de criança, amava as estrelas e disse: “… que tristes seriam as noites sem a luz mágica das estrelas"...! De forma simples e serena o poeta consegue alcançar os nossos corações de forma que mal conseguimos perceber... Cecília Meireles, talvez a maior das nossas poetisas, logo após falar das estrelas, começa a falar sobre barcos a vela.
Mas o que é que barcos a vela têm a ver com as estrelas do céu...? Tem muito a ver... Aquela oração que se faz e que diz “assim na terra como no céu” vale para os navegadores; as direções da terra estão mostradas nas estrelas do céu. Os poetas, diferentes dos astrônomos, ouvem as estrelas...! Não são todos os que podem ouvi-las. Para ouvi-las é preciso tranqüilidade... Para se ouvir a voz das estrelas é preciso ser poeta ou… criança. Quem ouve as estrelas fica sereno. Muitos há que acham que as estrelas não falam. Elas tocam música. O universo é uma orquestra regida por Deus, compositor.
O poeta Fernando Pessoa, ao contrário, ao contemplar as estrelas não ouvia música. Ele tinha dó… “Tenho dó das estrelas/ Luzindo há tanto tempo,/ Há tanto tempo"…
(Rubem Alves)

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