o arco-íris da saudade

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Somos a somatória de todos os nossos retalhos...
O passado é como uma colcha de retalhos onde cada parte da vida é costurada. Alguns são rasgados com a passagem do tempo, alguns estão bem costurados, uns sem graça, lembrando decepções... Outros trazem vida e frescor a memória...Dentre os melhores vão ter sempre aqueles retalhos que trazem um aperto ao peito, lembrando de pessoas e momentos que ficaram para trás...amigos de infância que lembram um tempo em que se era bem mais feliz... subir em pé de fruta, empinar pipa, fazer bolos de barro, pular amarelinha e cabular aula para tomar sorvete, dos que faziam a barriga doer de rir e com isso melhoravam o nosso astral; um retalho florido, em tons de amarelo, porque a alma deles brilhavam como o sol, ainda o que fazia o coração bater de um jeito diferente, que despertava um sentimento que nem se conhecia... que lembrava do aniversário, e que perto dele, todos os outros não tinham a menor graça; um retalho verde vivo, da mesma cor de seus olhos, os olhos que nos fizeram dormir sorrindo por meses. A avó que fazia bolachas de natal, que sempre achava todo mundo magro demais e que havia feito comida de menos, ela, que sempre deixava fazer coisas que mãe nunca deixará, um retalho azul, da cor do céu, porque olhar para ela sempre trazia toda calma do mundo. E também o amor que sempre será o amor da vida, não importa o quão longe.., um retalho vermelho e rosa, mesclado da maneira mais bonita possível, pela gostosa loucura que fez da nossa vida. Que o arco-íris da saudade sempre nos lembre que a vida valeu a pena e que ainda vale, que possamos costurar mais retalhos coloridos e alegres e que os cinzas e feios só apareçam quando não houver outro jeito. Que sejamos o bom retalho para os outros, assim como muitos já foram para nós...
(Samanta Selzler)

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