Céu

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016




Olhar o céu sempre foi sinônimo de calmaria. Mas depois desse fato, olhar o céu passou a ter um gosto especial... Não é apenas olhar... é contemplar...
Essa história foi a tanto tempo, mas ainda sim, continua tão latende...
Lembro-me dessa inocente pergunta a vovó, se quando a gente morre, fica lá em cima deitado nas nuvens. A doce nostalgia daquele momento quando estava sentada no batente na frente de casa, admirando o céu naquelas gostosas tardes de verão, onde o vento acariciava nossos rostos e cabelos. As palavras se confundiam, ora com o silêncio, ora com risadas...
Não sei meu bem, mas um dia a gente descobre dizia vovó. Parece ser tão bom ficar deitada ali né, dizia eu... A inocência das minhas palavras, parecia até que o mundo era a pura perfeição. E minha vozinha sentada no cantinho do sofá, de óculos redondos, vestido florido tinha em suas feições muita sabedoria e calma para escutar. Nesses dias, as horas nem passavam... e cada minuto me compenetrava a mudança das nuvens, da próxima figura que surgiria ... Eram essas simplicidades que me faziam olhar o céu constantemente. Depois de anos, precisei estudar, trabalhar e correr mais um pouco, confundir meus passos com as demais pessoas da cidade, acordar cedo, dormir tarde...ter pressa pra tudo...
Mas hoje, tarde de domingo, coincidentemente uma tarde calorosa de verão, sentei no batente de uma porta, não aquela que sentei um dia, mas a tela que estava diante dos meus olhos era a mais pura perfeição da minha infância, os algodões no céu formando figuras, imagens... De repente, vejo um carneirinho...ou será um gatinho... um coraçãozinho...?
Será que...será mesmo?
E como se houvesse alguém por ali a me ouvir, a voz da minha criança interior saltou num estalo: Ah vovó, então é nessa nuvem que a senhora esta não é...?
( vivendosemscript.blogspot.com.br)

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