Sophia e a flor

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Sopra...! disse a avó, entregando-lhe a flor. Sopra suave, mas não se esquece de fechar os olhos. E faz um pedido. Mas faz com fé, sorrindo e piscando para ela. Qual é a direção do vento agora? perguntou a menina, séria. Não queria desperdiçar a única flor, justamente a do pedido. A avó umedeceu o indicador e suspendeu o dedo no ar. Riram muito. Assim, de nada. Era tudo tão bom. Simples...! você sabia que esta flor nasce amarela? Chama-se dente-de-leão. E o vento faz suas sementes voarem e espalharem-se por aí, disse a avó. Ela não nasce assim, leve, solta, livre, linda? indagou a menina. Não, estas já são suas sementes, disse a avó sorrindo mais uma vez. E ela pensou que era impossível aquela flor ser só sementes, não ser mais flor. Não imaginava aquela florzinha tão delicada de outra forma, com outra cor. A avó devia estar enganada. Depois de segundos eternos, seus olhinhos de jabuticaba sorriram satisfeitos com sua própria sensibilidade. “Transformou-se”, pensou... “E ficou linda, ainda assim..! Mais bonita, talvez...!” Deu uma risadinha encantadora sem um dos dentes da frente, olhou para a flor pela última vez antes de fechar os olhos e fazer o pedido. E soprou...

 "E descobrimos, lá na frente da estrada, que o mais belo sempre foi o mais simples"...
(laura Gillon)

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